quarta-feira, 18 de novembro de 2020

A Memória Viva do Quilombo de Palmares

            


Autor: Jailson Mendes

Sabemos que a cada 20 de novembro é comemorado o dia da consciência negra, principalmente pela comunidade afro-brasileira, nesse dia é lembrado a morte de Zumbi, líder guerreiro do quilombo dos Palmares, ele foi morto poucos dias depois do fim de Palmares, mas desde 1970 que a comunidade negra no Brasil não vê essa data como um dia de luto mais sim como um dia de luta e Zumbi como um símbolo de resistência. O 20 de novembro surgiu a partir de uma reflexão sobre o dia 13 de maio de 1889 (dia este que é comemorado a lei áurea assinada pela princesa Izabel que estava regendo o trono do império na ausência de seu pai d. Pedro II), a lei pode até ter libertado os escravos, mas os mesmo após a liberdade foram “largados nas ruas” sem qualquer ajuda por parte do governo, sem ter nenhuma lei assistencialista que os amparasse. Foi a partir desse tipo de discursão que decidiu-se não comemorar o 13 de maio e em busca de uma nova data que realmente representasse os ideais de luta dos afro-brasileiros chegou-se ao 20 de novembro como expressão máxima de resistência.

Palmares se originou no final do século XVI entre os anos de 1580-1590, esse período foi o começo da famosa “União Ibérica”, onde o rei Felipe IV da Espanha tornou-se também rei de Portugal sendo chamado pelos portugueses de Felipe I, mas foi com a invasão holandesa que o quilombo cresceu rapidamente devido as batalhas dos holandeses e dos colonos muitos engenhos foram prejudicados com as fugas em massa dos cativos que rumavam para Palmares em busca da liberdade. Em seu auge Palmares teve entre 20 à 30 mil habitantes, os quilombolas viviam da agricultura e do artesanato, seu excedente era vendido para as comunidades vizinhas mostrando assim a força produtiva e autossustentável de Palmares.

O quilombo era dividido em mocambos (núcleos populacionais) e cada mocambo tinha seu próprio líder e esses escolhiam um rei que deliberava em questões de desrespeito a todos os mocambos. O mocambo principal e mais numeroso era o dos macacos este sendo também mais protegido e de difícil acesso. Seus dois grandes reis foram Gangazumba e Zumbi. Gangazumba se destacou por sua diplomacia ao tratar da paz entre o quilombo e o governador da capitania de Pernambuco durante os anos de 1670.

Após a morte de Gangazumba (ele teria sido envenenado enquanto negociava a paz tão desejada), assume Zumbi este dispensa a diplomacia de seu antecessor e prepara os guerreiros do quilombo para a defesa e o ataque aos colonos senhores de escravos, após sofrerem várias baixas de Zumbi e seus guerreiros os escravocratas que queriam tanto se apossar daquelas terras quanto recuperar seus escravos fugidos contratam os serviços de Domingos Jorge Velho, um experiente bandeirante de contrato famoso por acabar com revoltas de indígenas e de negros, as batalhas foram cruéis mais Palmares finalmente ruiu perante a força dos canhões (isso mesmo foram utilizados canhões para romper as defesas de Palmares), muitos negros foram mortos durante os combates, outros tantos foram capturados e muitos para não perderem a liberdade e se submeterem a escravidão se suicidaram pulando dos penhascos (hoje muitos estudiosos vem o ato de retirar a própria vida por parte dos negros como última forma de resistência contra a escravidão), zumbi e uns poucos guerreiros conseguiram bater em retirada mas foram encontrados e mortos no dia 20 de novembro.

Assim hoje vemos a história de Palmares e de Zumbi como símbolos de resistência, lembrando dos três séculos de escravidão, das lutas e conquistas que a população negra conseguiu, principalmente ao longo do século XX, do enfrentamento contra o racismo que ainda persiste nos dias de hoje embora que de maneira disfarçada. Espero que essa data nos impulsione a lutarmos todos os dias por uma sociedade mais justa e igualitária onde todos possamos ter as mesmas oportunidades independentemente de cor, sexo ou religião.

Sugestão de leitura:

Livro “História do Brasil”, Boris Fausto.           

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Jornalismo e Escravidão: O que os jornais publicavam sobre os escravos no inicio do século XIX


        Imagem de skeeze por Pixabay

Autor: Jailson Mendes

          Uma das mais tradicionais fontes de informação com certeza é o nosso jornal impresso, e o Diario de Pernambuco tem o título de ser o periódico mais antigo da América Latina, é isso mesmo, esse jornal foi fundado no Recife em 1825 por Antonino José de Miranda Falcão (tipografo), quando a cidade ainda nem era a capital do estado pernambucano. O jornal trazia as principais notícias para a população, os fatos ocorridos, anúncios de produtos, anúncios de vendas, anúncios de festas, lista de empregos, entre outras grandes utilidades que o jornal fornecia a população.

A partir do jornal as pessoas podiam saber mais rápido as notícias da comunidade e publicar informações de seu interesse. Como a sociedade brasileira nessa época era escravista também era natural que notícias sobre escravos fossem publicadas nesse periódico, assim as pessoas tinham acesso mais rápido quando algum escravo fugia, quando era posto à venda ou quando o dono de escravo queria alugar o seu cativo.

Para os escravos a chegada do jornal não foi nada bom, afinal o seu nome era divulgado assim como o seu tipo físico quando este tentava se desvencilhar das garras de seus donos, com seus dados sendo circulados e com gratificação para quem o pegasse as fugas se tornavam cada vez mais difíceis, essa divulgação do fugitivo ajudava o capitão do mato (homem que perseguia os escravos foragidos a mando dos proprietários) facilitando o seu trabalho para a captura dos escravos.

          Muitos anúncios eram publicados no jornal, de escravos que fugiam, de escravos que eram posto à venda, até mesmo de pessoas que queriam comprar escravos. Mas com o tempo já depois da segunda metade do século XIX muitos jornais começaram a escrever contra a escravidão, apoiando os abolicionistas, afinal a mentalidade do povo estava mudando, graças a Deus. 

Anúncios do Diario de Pernambuco de 1842:





segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Gavrilo Princip: Entenda Um Pouco Mais do Jovem Que Ocasionou o Estopim da Primeira Guerra Mundial


 Autor: Jailson Mendes

Tem homens e mulheres que com apenas um ato registram seus nomes na História, ficando lembrados por toda a sociedade de geração após geração, uma dessas pessoas com certeza foi o jovem Gavrilo Princip, ao assassinar o príncipe do império Austro-húngaro e sua esposa enquanto andavam de carro pelas ruas de Sarajevo, capital da Bósnia-Herzegovina, esse foi o pretexto para que as grandes potências capitalistas entrassem em guerra em busca de dominação territorial.  

Mas quem foi Gavrilo Princip? E que motivos teria para matar um príncipe? Quando estudamos a Primeira Guerra Mundial, vemos que o estopim para a guerra foi justamente esse assassinato, ai passamos para frente com o império Austro-húngaro declarando guerra a Sérvia, a Rússia se prontificando em favor dos sérvios, a Alemanha aliada do império austríaco declarando guerra a Rússia e depois a Bélgica e a França, a Inglaterra declarando guerra à Alemanha despois que está invade a Bélgica; guerra de movimento, guerra de trincheira, e por ai vai até chegarmos a capitulação da Alemanha em 1918. Mas, espere! O que aconteceu com Gavrilo Princip? Quem foi ele afinal?

Gavrilo nasceu na Bósnia, com tudo seus pais tinham descendência servia, foi para a capital, Sarajevo, aos 13 anos para dar continuidade aos seus estudos e viajou em 1910 para a Sérvia com o intuito de terminar a sua formação, lá ele se envolve com uma organização extremista que tinha como objetivo tomar o País da Bósnia do império Austro-húngaro que desde 1908 exercia uma forte influência aquele território. Essa organização chamada de “Mão Negra” queria unir os países da Sérvia e da Bósnia, criando assim a Grande Sérvia, para esse fim esse grupo levantava a bandeira do pan-eslavismo (a união dos povos eslavos) e viam como medidas o terrorismo, alimentando o ódio dos jovens contra o império Austríaco.

Para resolver questões políticas o arquiduque herdeiro do trono austríaco Francisco Ferdinando marcou uma viagem para Sarajevo e estaria na capital da Bósnia em 28 de junho de 1914. Sabendo da data previamente a “Mão Negra” treinou vários jovens para assassinar o príncipe, o grupo tinha a ideia de que ao matar o herdeiro do trono o império Austríaco entraria em declínio, um desses jovens que passaram por esse treinamento foi o Gavrilo Princip, e junto com outros jovens se misturou com a multidão no momento em que o príncipe passeava de carro aberto nas Ruas de Saravejo. Um dos jovens terroristas ainda tentou executar o plano jogando uma granada no carro do arquiduque, mas o motorista percebeu e conseguiu desviar o carro a tempo, a oportunidade então cai nas mãos de Gavrilo que ao ver o herdeiro do trono em sua frente rapidamente dispara e mata tanto o arquiduque Francisco Ferdinando quanto a sua esposa Sofia de Hohenberg.

Gavrilo foi preso ainda no local, seus amigos foram presos também, apenas Gavrilo não teve uma sentença de morte devido ainda não ter 21 anos, ele foi condenado a prisão perpetua e em 1918 ele morre vítima de tuberculose.     

Sugestão de Leitura:

Revista História Em Curso, 1ª Guerra Mundial, Ano II, N˚ 18.  

sexta-feira, 16 de outubro de 2020

A Mulher da Pré-História: Um Novo Olhar

 

 Imagem de David Mark por Pixabay 

                              Autor: Jailson Mendes

Em 2018 quando eu ainda era estudante do ensino superior em História pela FASP (Faculdade do Sertão do Pajeú) e prestava a cadeira de estágio dando aulas nas escolas públicas sempre supervisionado pelo professor titular da turma, um aluno me questionou a respeito do assunto que eu estava lecionando, eu estava em uma turma de 6ª ano explicando as ações do homem durante a Pré-História  nos períodos Paleolítico e neolítico, mas por tanto repetir a palavra “Homem” um dos estudantes levantou o seguinte questionamento: “mas nesse período só tinha homem? Não existia mulher não?”, então como resposta lhe disse: “quando me refiro ao homem também se inclui a mulher pois a palavra homem nesse contexto tem o sentido de humanidade” em parte estava certo uma vez que muitas vezes damos a palavra “homem” o sentido de “homens e mulheres”.

Após refletir melhor sobre o questionamento do estudante pude notar que muitas vezes não deixamos claro que homens e mulheres trabalharam em conjunto para sobreviverem nesse período tão arriscado pra vida humana que foi a Pré-História, desde o surgimento dos Australopitecos no sul da África (3,5 milhões de Anos), passando pela linha evolucionaria com o Homo habilis (2 milhões de anos), Homo erectus (1,8 milhões de anos), Homo neanderthalensis (500 mil anos) e o Homo sapiens sapiens (100 mil anos), que homens e mulheres lutam pela sobrevivência criando juntos as ideias e ferramentas que facilitassem suas vidas.

Talvez por inocência é nos incutido que o homem fabricava ferramentas de pedra, osso e madeira, foi quem manipulou e dominou o fogo e quem saia para a caça provento de carne a tribo, enquanto que as mulheres eram incumbidas de coletar raízes e frutos comestíveis, cuidar das criança e produzir peças a partir da pele dos animais. Não digo que essas teorias antigas estejam erradas, digo apenas que elas devam esta equivocadas, veja bem, na comunidade primitiva todos trabalhavam para todos (ideias e conceito machistas ainda não existiam), assim os dois sexos podiam fazer as mesmas tarefas, tanto na caça quanto na coleta.

Homens e mulheres em bom estado físico caçavam juntos preparando armadilhas e fazendo emboscadas para separar os grandes animais do rebanho, o isolando do resto e o tangando para armadilhas como buracos com grandes estacas afiadas onde a presa se feria ou era abatida. Para a coleta de raízes e frutos geralmente eram mulheres gravidas ou com crianças de colo, meninos, meninas e idosos, nenhum desses poderia ir para as caçadas, por ser um trabalho árduo onde se exigia muita força física e longas horas de tocaia sem fazer barulho.

Uma das grandes invenções que se atribuem a mulher foi a invenção da agricultura, ao perceber que a semente que caia no chão brotava numa nova planta, a mulher faz uma das revoluções mais importantes da história a revolução agrícola, atribui-se criação da agricultura a ela por passar mais tempo nas coletas (e é até lógico, uma vez que a mulher em sua faze adulta passava mais tempo gravida ou cuidando de sua prole), e assim gerar um novo estilo de vida para toda a tribo que até o momento era nômade, dando início ao período Neolítico (aproximadamente 10 mil a.C) com sua vastidão de criações, uma vez que, com o advento da agricultura todos tinham mais tempo já que podiam se situarem em algum lugar especifico dando adeus a antiga vida que andarilho.

No período Neolítico, surgiram o artesanato (trabalhos com argila na fabricação de muitos objetos de cerâmica, o polimento das armas rusticas de pedra, cestos e armas), uma divisão definida de trabalhos, a formação de aldeias e pequenas cidades, o manuseio dos metais e a criação da escrita.

    

Sugestão de Leitura:

ADOVASIO, J.M.; SOFFER, Olga; PAGE, Jake. O Sexo Invisível, O Verdadeiro Papel da Mulher na Pré-História. Tradução Hermano de Freitas. Rio de Janeiro: Record, 2009.

domingo, 27 de setembro de 2020

A Importância da História Local

Por que Devemos Aprender a Nossa História Local

    
Autor: Jailson Mendes



    Quantos de nós quando estudávamos o ensino fundamental e médio estudamos a história de nossa região ou mesmo do municipio? São poucas as pessoas que sabem o desenvolvimento histórico de sua região, mas a que devemos essa falta de informação? Será que damos mais valor a História Geral e global do que a micro história? Ou será o próprio sistema que nos molda permitindo-nos aprender a história e desenvolvimento de outros povos e nações enquanto que a nossa é levada ao esquecimento.
    Aqui não venho menosprezar nem diminuir a importância da história geral para a nossa educação, pois um homem que não se interessa pela história da humanidade também não se importa por sua história local. Hoje mais do que nunca devemos conhecer, no minimo superficialmente a história global, afinal vivemos hoje num mundo globalizado onde o contato com outros povos e nações se faz indispensável, assim devemos saber pelo menos o básico de história geral.
    Quando falo aqui em história local não confunda com Brasil Colônia, Brasil Império e Brasil República, afinal saber a história nacional não é mais que nossa obrigação, pelo menos em termos gerais, saber como se deu todo o processo histórico do Brasil é entender como brancos, índios e negros se relacionaram em todo esse processo, é saber diferenciar o papel que cada um deles desenpenhou para a formação de nossa nacionalidade e assim colocar essas etinias em um mesmo patamar e não superiorizar uma e inferiorizar as outras que foi o que ocorreu no Brasil com a supremacia da etinia branca com relação a indígena e a negra.
    Voltemos agora a tratar propriamente da história local, entender a origem e a trajetória de sua região e municipio é compreender como esta se desenvolveu até os dias atuais, entender as dificudades, as lutas, as conquistas e perdas  é por ventura também adquirir a compreenção das dificuldades que sua localidade enfrentou e enfrenta nos dias atuais, é saber que muitas pessoas batalharam no passado, que homens e mulheres, muitos já esquecidos pelo tempo, trabalharam duro pelo desenvolvimento desse pedaço de chão, construindo aldeias e povoados, fazendas e pequenas cidades, preparando assim o local onde hoje você vive, passeia e se diverte.  
    Foi com esse pensamente que me debrucei longas horas em arquivos e livros, pesquisando e colhendo dados históricos sobre a região do Pajeú e de algumas de suas cidades, após muitos meses de intensa pesquisa e muito estudo digitei o meu trabalho sobre a região, começando por seus aspectos geograficos, onde descrevi o clima do semi-arido e as riquezas da caatinga na sua divercidade de plantas, após muitas análises percebi que a origem do que hoje conhecemos por região do Pajeú está ligada ao ciclo do gado e as incursões da famosa Casa da Torre da Bahia ganhando assim um capítulo especial em meu trabalho, como uma coisa pucha a outra foi inevitavel não falar da figura do vaqueiro como elemento principal nesse processo de formação, assim como a base econômica da pecuária como principal renda durante esse periodo. 
    Ao estudar a formação do Pajeú é por obrigação também analisar a formação de algumas cidades (se analisase todas as cidades que compoe o Pajeú o trabalho ficaria muito extenso, assim me debrucei apenas em algumas) como Flores, sendo esta a primeira comarca, Serra Talhada, Ingazeira e Afogados da Ingazeira, esta tendo um capítulo especial no trabalho tanto por fazer parte da minha hitória como por ter uma origem envolta na lenda do casal que fora tragado pelo rio Pajeú em uma de suas enchentes.
    Meu caro amigo leitor, se você leu até aqui é porque sentiu interesse pelo assunto, todo o meu trabalho de pesquisa foi publicado na forma de livro entitulado "NA TRILHA DA HISTÓRIA" "Redescobrindo o  Pajeú" (tanto fisico como em formato digital) e assim deixo aqui o link para que caso o leitor amigo tenha interece em conhecer um pouco mais do meu tralho saiba onde encontra-lo.  
                                                             
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domingo, 19 de julho de 2020

Um Pouco da História da Capoeira

    


Autor: Jailson Mendes

 Todas as vezes que escutamos o toque de um berimbau, mesmo que seja ao longe, sabemos que está havendo uma roda de capoeira, onde homens e mulheres estão reunidos jogando Capoeira, para os leigos que observam o jogo imaginam a capoeira como uma dança, afinal não há agarramentos nem tão pouco trocação de socos entre seus participantes, no entanto para o entendedor da capoeira sabe que o jogo não é uma dança e sim uma luta com entradas e saídas, com golpes e contra-golpes, movimentos rápidos e esquivas onde dois capoeiristas se estudam buscando o momento certo de atingir ou derrubar o adversário, quando o jogo é entre amigos podemos ver um espetáculo de marcações e movimentos floreados como o famoso mortal e outras acrobacias incríveis que deixa o público de boca aberta, assim a capoeira nos trás uma gama de possibilidades, alguns treinam pela defesa pessoal e outros por a acharem uma arte bela.
       Hoje a Capoeira é reconhecida pela UNESCO como patrimônio imaterial da humanidade, mas até chegar a esse reconhecimento a capoeira teve uma longa trajetoria cheia de lutas e conquistas. Nascida ainda no período do Brasil Colonial, a partir dos africanos que vieram "arrastados" da África sob a condição de escravos. Contudo os africanos não se submeteram passivamente a esse sistema escravista empregado pelo homem europeu, assim desde o início da escravidão dos africanos, estes lutavam contra o sistema, resistindo a escravidão sob várias formas como as fugas para os quilombos (o mais famoso dos quilombos foi o Quilombo de Palmares liderado Gangazumba e posteriormente por Zumbi), rebeliões e até mesmo o suicídio era tida como uma forma de resistência, afinal em muitos casos era preferível morrer a viver como escravo, além de que o escravo morto traria prejuízo ao proprietário. 

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        Tradicionalmente  a origem da capoeira se deu nas senzalas e desenvolveu-se nos quilombos, uma vez que os escravos não tinham armas, a luta corpo a corpo se viu necessária como forma de resistência. É importante ser destacado aqui que embora a capoeira possa ter surgido sob essas condições foi apenas no século XIX que a capoeira se destacou no meio urbano em cidades como Recife, Salvador, Belém e Rio de Janeiro, assim por ser praticada por escravos e negros libertos a prática era mal vista pela população branca que a via como vadiagem, sendo perseguida desde 1840, no período regencial. Durante o século XIX muitos capoeiristas trabalhavam para líderes políticos, pagos muitas vezes para acabarem com políticos rivais.
        Como era tida como uma prática de vadios e vagabundos a capoeira acabou entrando para o código penal brasileiro, isso ocorreu em 1891 logo no início do período republicano, o artigo 402 do código penal era claro proibindo a prática da capoeira que ocorria nas ruas, nessa época muitos capoeiras foram presos e levados para Fernando de Noronha, a perseguição foi tanta que em cidades como o Recife e o Rio de Janeiro a capoeira foi praticamente extinta, resistindo basicamente em Salvador na Bahia.


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          No início do século XX com a capoeira na ilegalidade muitos capoeiras a praticavam as escondidas, se tornando comum o praticante se utilizar de um nome falso (hoje muitos capoeiras ainda mantém essa prática, mas não com a mesma finalidade, o nome hoje é como uma marca do praticante, sendo este mais conhecido pelo seu nome de Capoeira do que mesmo pelo seu nome real), o nome falso ou apelido veio para se proteger caso algum outro capoeira fosse pego pela polícia, assim não sabendo o nome real, o prisioneiro não tinha como entregar o colega. Um dos capoeiras dessa época que virou praticamente uma lenda na capoeira foi Besouro de Mangangá, seu nome era Manuel Herinque Pereira, nascido e santo amaro na Bahia, foi morto em 1924 aos 29 anos, conta-se que ele tinha o corpo fechado e por causar muitas desavenças foi morto em uma emboscada.
       Em 1932 surge uma ramificação da capoeira primitiva, esse novo estilo foi criado por Mestre Bimba (Manuel dos Reis Machado 1900-1974) ficando conhecida no início como Luta Regional Baiana, tendo em vista que na época a capoeira ainda era proibida. Em 1953 Mestre Bimba faz uma apresentação para o então presidente Getúlio Vargas que se encanta com ela e retira a capoeira do código penal brasileiro e a colocando como esporte nacional, passando desde então a ser praticada em todo o território nacional.

       Em 2008 a capoeira foi tombada pelo IPHAN (instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) ganhando assim mais respeito a nível nacional e finalmente no dia 26 de novembro de 2014 a capoeira passa a ser reconhecida como Patrimônio cultural da Humanidade pela UNESCO, hoje a capoeira é praticada em mais de 160 países, espalhando a língua portuguesa ao redor do globo uma vez que as músicas são cantadas em português assim facilita a interação entre todos os capoeiristas, além de promover parte do turismo já que muitos capoeiras estrangeiros vem para o Brasil a fim de conhecer melhor os locais de origem dos grandes mestres.

        

segunda-feira, 22 de junho de 2020

O Isolamento na Idade Média

       
Autor: Jailson Mendes

         O ano de 2020 não começou nada bem, tudo por causa de uma terrível pandemia que está matando milhares de pessoas ao redor do mundo, ela começou na China no final de 2019 e em poucos meses se espalhou por todo o globo, como ainda não se tem uma cura ou medicamento realmente eficaz os diversos órgãos de saúde aconselham o isolamento social, com um distanciamento de um metro e meio no mínimo entre os indivíduos, mas essas leis são mais difíceis do que parece de serem seguidas, é algo terrível ficar longe dos parentes e amigos das rodas de conversas dos encontros sociais, outras medidas também são tomadas como o uso de máscaras e a higienização constante das mãos com água e sabão e álcool gel, estamos vivendo uma era apocalíptica será o fim de um ciclo para iniciarmos um novo, com uma nova forma de enxergarmos o mundo.
      Mas como a história bem nos conta essa não é a primeira e também muito possivelmente não será a última pandemia, a humanidade já passou por momentos sombrios em seu passado, como a gripe espanhola de 1918 que vitimou milhares de pessoas em todo o mundo, a gripe asiática em 1959, a gripe aviária em 2004, o h1n1 em 2009, a gripe suína em 2011 e agora o temido covid-19, mas voltaremos mais ao passado em um tempo de grandes mudanças onde tudo mudou radicalmente por causa de uma doença mortal, a peste negra.
      No século XIV a Europa estava em pleno desenvolvimento, com cidades em crescimento após séculos de vida puramente no campo, nessa época no entanto as cidades começavam a se empilhar de gente, os campos já não tinham como suportar tantos servos e muito senhores feudais liberavam os camponeses das amarras da terra, muitos iam buscar a vida nas cidades e outros tornavam-se ladrões e passavam a viver nas florestas atacando viajantes descuidados, os anos fracos de inverno também ajudaram bastante para a migração do campo.
          Mas essa peste não surgiu na Europa, ela começou na Ásia se estendendo da China ao continente europeu, na época o império mongol se estendia por toda a Ásia e foi ele quem abriu os caminhos para o comércio entre os dois continentes criando verdadeiras rotas comerciais e trazendo além das mercadorias a terrível doença. Além das rotas atracavam no litoral da Itália diversos navios mercantis carregados de mercadorias e ratos.
       O rato em si não era o transmissor da peste, ele era o hospedeiro, a mula que carregava o transmissor, eram as pulgas que transmitiam a doença, mas na idade média ratos se encontravam em toda parte desde as aldeias às cidades, não havia o menor cuidado com a higiene pessoal, as cidades eram grandes chiqueiros e esse foi o ambiente perfeito para a proliferação dos ratos e consequentemente das pulgas.
Os primeiros casos surgiram em 1347 na Itália e em pouco tempo milhares de pessoas já estavam infectadas, o caos se espalhou pela Europa, o homem medieval atribuía a causa da peste a ira divina, Deus estava punindo aquela sociedade pecadora, era o início do Apocalipse com a peste infectando milhares, a fome que surgiu devido as péssimas colheitas por causa dos fracos anos de inverno, a guerra entre os reinos da Inglaterra e da França, a famosa guerra dos cem anos, e a morte que era o desfecho final de milhares de pessoas vitimadas pela guerra, pela fome e pela peste.
       Em apenas cinco anos essa doença havia matado entre 40 e 50 porcento da população europeia, as cidades ficaram praticamente desertas, muitos nobres se refugiaram em suas propriedades rurais enquanto os camponeses morriam os milhares, o rei da Inglaterra Eduard III é um exemplo, ele se trancou em sua propriedade enquanto a peste matava boa parte dos ingleses.
       A medicina medieval por ser ainda muito primitiva não encontrou um remédio realmente eficaz, um dos métodos utilizados foi o uso das sanguessugas, pensava-se que elas iriam reestabelecer o fluxo sanguíneo do paciente, mas esse método de nada adiantou e as vítimas continuaram a aumentar.
            O único método que foi realmente eficaz foi o isolamento social, o campo se tornou o abrigo de muitos europeus e a Europa teve mais uma ruralização, como não tinha mais a quem matar a doença diminuiu exponencialmente, e aos poucos a vida voltou a normalidade.


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          Hoje estamos passando por momentos difíceis, e embora nossa medicina ande a passos largos a procura de uma cura ou remédio realmente eficaz contra a covid-19, temos que nos refugiar contra esse mal que afeta principalmente os mais velhos, o isolamento social se faz necessário mais uma vez, ao cumpri-lo estaremos salvando a nossa vida e a dos outros, e ao sair usar sempre máscara e evitar aglomerações, e só reforçando se poder fique em casa.

terça-feira, 28 de abril de 2020

Brasil Holandês

O Brasil dos holandeses

Será que estaríamos em melhores condições hoje se a colonização holandesa tive-se se efetivado no século XVII

Autor: Jailson Mendes

     
     
          Muitas vezes quando estamos conversando sobre a triste situação que está o nosso querido Brasil principalmente quando estamos tratando da fome, do desemprego, da insegurança, da fraca educação nas escolas publicas, da situação na saúde pública, da nossa política; enfim do Brasil como um todo, quase sempre chega um e diz: teria sido melhor se o Brasil tivesse sido colonizado pelos holandeses; alguns possivelmente até iriam concordar com ele afinal a colonização que os lusitanos nos impuseram não foi lá muito boa, mas será que teria realmente mudado muita coisa no Brasil se os holandeses tivessem tomado a posse definitiva de nossa Pátria Amada.
         Vamos agora voltar um pouco a nossa história; antes da famosa "União Ibérica" devemos nos lembrar que a Holanda e Portugal eram parceiros de negócios, os portugueses plantavam a cana-de-açúcar em grandes extensões de terras, pratica agrícola conhecida também por "plantation", a cana era plantada principalmente em Pernambuco e em São Vicente (São Paulo), era um trabalho compulsório de mão-de -obra escrava, utilizando a principio os indígenas e por fim trouxeram os africanos que por quase 300 anos sentiram o peso da escravidão em nosso país. Aqui a cana era moída e dela se extraia o açúcar mascavo, esse açúcar não era visto com bons olhos pelo mercado europeu por ter uma coloração amarronzada; enquanto Portugal era o grande proprietário das terras e produtor da cana, a Holanda por sua vez ajudou na construção de boa parte dos engenhos brasileiros emprestando dinheiro a juros ao senhores de engenhos, além de comprarem o açúcar mascavo de comerciantes portugueses (estes por sua vez compravam a preços baixíssimos dos colonos brasileiros) que era transportado para Amsterdam, lá o açúcar era então refinado e vendido para o resto da Europa a um preço muito mais caro fazendo assim com que a Holanda lucra-se mais que Portugal.



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Mas como essa parceria foi interrompida? já respondendo a pergunta a parceria terminou com o fim da dinastia Avis em 1580, com a morte de dom Sebastião em 1578 que morreu em uma batalha na África quando estava lutando contra os árabes em Alcácer-Quibir, quem assume o trono português é o seu tio o cardeal Henrique, mas morreu dois anos depois sem deixar herdeiro, com o trono português vazio Felipe II, rei da Espanha exige para si o direito do trono por ser primo de Sebastião, passo por cima dos outros pretendentes ao trono e torna rei de Portugal unindo assim as duas coroas.   
         Nesse período da união das duas coroas a Espanha estava em guerra com os Países Baixos (a Holanda estava lutando contra o domínio espanhol) assim quando o rei Felipe II tomou a coroa portuguesa cortou o a parceria que os flamengos tinham com o Brasil, com a finalidade de enfraquecer seu inimigo. Foi um duro golpe para os holandeses uma vez que o comercio do açúcar com o Brasil gerava para o país uma boa fonte de renda, que era muito utilizado nas campanhas contra a Espanha.
           Assim em 1595 como forma represália os holandeses pilharam a costa da África e a cidade de Salvador em 1604, mas entre 1609 e 1621 ouve uma trégua entre os dois países, foram 12 anos de paz, nesse meio tempo a Espanha fortaleceu a segurança na América espanhola e deixou de lado a América portuguesa, esse ponto da história é definitivamente um "campo minado", pois abre-se no minimo duas possibilidades, uma é que a Espanha estava em dificuldades e se viu obrigada a confirmar a independência dos Países Baixos em troca desses 12 anos, assim ela teve tempo de fortificar sua colônia na América, afinal era dali que vinha sua principal riqueza em ouro e prata, deixando de lado a colônia portuguesa desprovida de segurança; outra analise desse período quem traz é o pesquisador Alexandre Santos que relata em seu livro "Raízes" ouve um acordo secreto entre a Espanha e a Holanda onde os hispânicos iriam deixar a colonia portuguesa desprotegida e em troca os holandeses deixariam a América espanhola livre de ataques, de acordo com o Alexandre esse acordo secreto foi feito pelo camareiro-mor Gaspar Felipe de Guzmán, conde de Olivares a serviço do rei espanhol. 


De sua parte, igualmente bem informado pelos olhos que mantinha em Madrid, Usselincx sabia que, acuado pela pressa da ampulheta fazia passar os 12 anos de trégua estabelecidos em 1609,o pragmático conde de Olivares estava disposto a sacrificar bens portugueses n'além mar para preservar os interesses hispânicos. Estavam colocadas as linhas gerais de um grande acordo: a Espanha desleixaria os bens de Portugal em defesa de sua própria segurança. (SANTOS, Alexandre. p. 65-66. 2011).                                             

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          Independente de qual foi a verdade por trás da trégua dos 12 anos, podendo existir verdade nas duas versões, o fato é que em 1624 aconteceu o primeiro ataque holandês no nordeste brasileiro (em 1621 tinha sido fundado a Companhia das Índias Ocidentais), o alvo do ataque foi Salvador, embora os holandeses tenham conquistado a cidade rapidamente não conseguiram ir além pois os moradores que fugiram se organizaram na resistência, desta forma, após um ano da cidade dominada os flamengos se rendem perante uma esquadra espanhola com 52 navios e 12 mil homens que vieram para libertar Salvador.
         A mesma sorte não teve a cidade de Olinda, em 1630 os holandeses atacaram de novo, mas dessa vez eles vieram mais preparados e após bombardearem conquistaram Olinda a capital da capitania pernambucana, o foco de resistência veio do Arraial de Bom Jesus, se utilizando das estrategias de luta de guerrilha os rebeldes mantinham os holandeses afastados do interior assim os guerrilheiros conseguiram expulsa-los de Olinda, mas em sua retirada os flamengos atearam fogo na cidade, os holandeses se fixaram então no Recife, mas a batalha pendeu de novo a favor dos conquistadores por conta de uma traição, Domingos Fernandes Calabar aliou-se aos flamengos e como era conhecedor da região levo-us até o Arraial acabando assim com o foco de resistência. A partir dessa conquista os holandeses espalharam o seu domínio do litoral de Pernambuco até Rio Grande do Norte, durante essa conquista muito sangue foi derramado, muitos engenhos destruídos, muitos dos resistentes fugiram para o interior e muitos dos escravos aproveitaram toda essa confusão para se refugiarem nos quilombos, em especial o quilombo dos Palmares que teve um grande aumento populacional durante o Brasil Holandês.



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         Após 7 anos (1630-1637) de lutas os holandeses conseguiram manter o controle e uma relativa paz na colônia, assim no período que vai de 1637 à 1644 o território holandês no Brasil passa por uma série de mudanças graças a administração do Conde Mauricio de Nassau, esse curto período ficou marcado na nossa memória e quando relembramos do Brasil Holandês é justamente esses anos que costumam ser destacados, isso porque o Conde fez grandes obras, como expandir o território do Ceará atá a foz do rio São Francisco, transformou Recife na capital holandesa da colônia além de construir a cidade Maurícia com uma arquitetura holandesa e da construção de pontes interligando as duas cidades, no campo religioso ele liberou o culto tanto de católicos como de judeus embora os holandeses fossem protestantes, emprestou dinheiro para os proprietários de engenho se re-erguerem, garantiu o fornecimento de escravos da África para o Brasil e trouxe para a colônia muitos intelectuais como os pintores Frans Post e Albert Eckhout, o naturalista Marcgrave, o arquiteto Pieter Post, o médico Willelm Piso, etc. 





        Podemos ver que não é a toa que quando falamos do período holandês no Brasil costumamos associa-lo unicamente ao governo de Nassau, um fato curioso é que Nassau não era holandês apesar de ter feito toda a sua carreira na Holanda ele are alemão e por não dar muito retorno financeiro aos membros da Companhia das Índias Ocidentais ele foi retirado do governo e teve que retornar para a Europa, deixando o governo sob outra administração. Visando apenas o lucro a nova administração holandesa começou a cobrar impostos abusivos principalmente do senhores de engenho que tinham se endividado com a Companhia das Índias Ocidentais durante o governo de Nassau, também confiscaram diversos engenhos hipotecados, crescendo assim um antagonismo entre os holandeses e os colonos, eram o inicio das revoltas, a Insurreição Pernambucana.
       Como Portugal tinha acabado de romper com a Espanha (em 1640 subiu ao trono português a dinastia dos Bragança com o rei d. João IV) e declarar-lhe guerra estava muito enfraquecida para retomar sua colônia na América, assim apenar incentivou o espirito de revolta nos colonos que se organizaram, foi a união de senhores de engenho, dos colonos, de grupos indígenas e de negros alforriados, venceram os holandeses em diversas batalhas como no Monte das Tabocas em 1645, nas duas batalhas nos Montes Guararapes em 1648 e 1649. Os Holandeses ficaram ilhados no Recife além de sofrerem outras perdas como as fontes que forneciam escravos da África e a comercialização de açúcar com a Inglaterra (por meio do ato de navegação inglês de 1651 só podiam transportar produtos para a Inglaterra seus legítimos donos, e oficialmente o Brasil pertencia a Portugal), em 1653 os holandeses foram cercados no Recife por um frota portuguesa, assim totalmente cercada por terra e por mar a Holanda se rende em 1654.


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         A história do Brasil holandês nos faz refletir, tanto portugueses como holandeses apenas queriam obter lucros com a exploração das terras brasileiras por isso engana-se quem pensar que hoje estaríamos em melhores condições se a Holanda tivesse se firmado como nossos colonizadores, para eles nossa terra era apenas uma fonte de riquezas que deveria ser explorada até o espotamento. Nassau era um homem a frente de seu tempo e via a necessidade de primeiro estruturar a colônia para depois se obter os lucros, pensamento esse que nem holandeses e portugueses tinham. Termino esse artigo com uma citação do historiador Boris Fausto:

Não há uma resposta segura para essa questão, pois ela envolve uma conjectura, uma possibilidade que não se tornou real. Quando se compara o governo de Nassau coma rudeza lusa e a natureza muitas vezes predatória de sua colonização, a resposta parece ser positiva. Mas convém lembrar que Nassau representava apenas uma tendência e a Companhia das Índias Ocidentais outra, mais próxima do estilo do empreendimento colonial português. Vista essa questão sobre esse ângulo, e quando se constata o que aconteceu nas colônias holandesas da Ásia e das Antilhas, as duvidas crescem. A colonização dependeu menos da nacionalidade do colonizador e mais do tipo de colonização implantado. (FAUSTO, Boris. p. 89, 2009).  

Referências: 

FAUSTO, Boris. História do Brasil. 13 ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2009.

SCHNEERBERGER, Carlos Alberto. Manual Compacto de História do Brasil. 1 ed. São Paulo: Rideel, 2010.

SANTOS, Alexandre. Raízes. Recife: Bagaço, 2011. 
                                          

sexta-feira, 24 de abril de 2020

O Brasão de Flores



O BRASÃO DE FLORES E SUA SIMBOLOGIA

Autor: Jailson Mendes




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Os Índios


Os brasões de uma maneira geral representam a identidade de um povo, de um reino, de uma família nobre etc., no caso do Município de Flores ele representa a sua origem, percebemos isso claramente ao observarmos os desenhos que o compõem, ele é formado por dois indígenas que se encaram, o Rio Pajeú que atravessa a localidade e duas plantas, estas representando plantas voltadas para a agricultura local, estes desenhos reunidos nos dão indícios de como foi sua formação enquanto povoamento.
Os índios no brasão representam os nativos que habitavam a região antes da chegada dos desbravadores, estes eram divididos em varias tribos e nações diferentes, cada qual com seu estilo de vida, a região que corresponde ao território do Pajeú era ocupado por diversas tribos diferentes tendo destaque os Cariris, que montaram aldeias em diversas áreas da região, porem tanto os Cariris quantos os outros povos indígenas do Pajeú foram chamados de Tapuias pelos desbravadores, denominação que vinha dos índios do litoral que usavam esse nome como forma de designarem todos os índios do interior.
Documentos de meados do século XVII registraram as tribos denominadas Chucurus, Carnijós (ou Carijós), Paraquiós, porcás e Brancararus estes com várias nações no Pajeú, Caripós, Tamaquiús, Ichus, Anchus (ou Ansus), Acroás, Anaupirás, Aracapás, Arorobás, Aricobés, Avís e Pipipãs (situados entre os vales do rio Moxotó e Pajeú), Bracararús, Cararús, Caraíbas, Carapotós, Cariris, Xocós, Mocoazes, Mariquitos, Omaris, Pancarus, Paratiós, Prozés (ou Rodeleiros), Tuxas, Umoés, Urubás (ou Arobás), Uruás e Vouês. (SILVA, Tárcio José de Oliveira. p. 96, 1999).
Da citação acima pode-se notar a diversidade das nações indígenas que habitavam o território do Pajeú antes e no período do desbravamento, assim os dois índios do brasão nos mostram a diversidade das nações e sua contribuição para a formação do Município de Flores através do contato direto com o desbravador, tendo de início um choque de duas culturas diferentes, mas que com o convívio pode-se até ter havido uma forte miscigenação entre o índio e o branco constituindo assim a formação de Flores.

O Rio Pajeú

          Outro símbolo que aparece no brasão de Flores é o Rio Pajeú, este tem uma grande importância na formação do município, foi por ele que os desbravadores guiando os rebanhos de gado chegaram a localidade e se situaram em sua margem direita, com relação a origem do nome do rio, os índios Cariris o chamavam de ‘’Payaú’’ ou ‘’Rio do Pajé’’(No livro ‘’Cronologia Pernambucana’’ ‘’subsídios para a História do Agreste ao Sertão’’ volume 9ª, escrito por Nelson Barbalho, na página 134 há um relato do pe. Antônio Mendes de Azevedo, o qual diz que ‘’ Pajeú é vocábulo indígena, significa rio do feiticeiro, do adivinho, etc. os selvagens davam a denominação de Pajé a um sacerdote seu encarregado de fazer prognósticos do tempo, dos fatos, e também de curar as enfermidades), pode-se perceber a relação que os indígenas tinham com o rio visto que o Pajé é uma das funções mais importantes na tribo, sendo este responsável pelos rituais religiosos e pela elaboração de remédios (ervas medicinais extraídas da natureza).




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As águas límpidas do rio que antes apenas saciava a sede das tribos e dos animais silvestres, passaram também a saciar a sede dos desbravadores e de seus rebanhos que se instalaram em sua margem e começaram a montar as fazendas de gado dando início ao povoamento da região, em épocas de seca era comum cavarem cacimbas nas areias do rio em busca de se encontrar a tão preciosa água no período da estiagem, “se enfilavam diante das cacimbas para encher e carregar’’(MACIEL, Pe. Frederico Bezerra. p. 08, 1992).
O Rio Pajeú tem aproximadamente 353 Km de extensão, nascendo na Serra do Balanço (pertencente hoje ao Município de Brejinho), e segue passando por 27 municípios tendo sua bacia hidrográfica totalmente inserida no sertão pernambucano, o Pajeú tem diversos riachos em ambas as margens, em sua margem direita ele tem 13 afluentes principais sendo o Rio São Cristóvão o mais importante deles, já em sua margem esquerda ele possui 6 riachos que se destacam sendo o Riacho do Navio o principal desta margem, “a Bacia Hidrográfica do Rio Pajeú é a maior do estado de Pernambuco, com uma área aproximada de 16.685,65 Km2, correspondendo a 16,97% da área do estado’’.( VICENTE. Biu, 2008). 
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As Plantas

O último símbolo do brasão de Flores, mas não menos importante são as plantas que o rodeiam, elas representam os produtos agrícolas que os moradores de Flores plantavam tanto para o comércio, quanto para a sua subsistência, seus habitantes assim como de outras regiões do Pajeú costumavam plantar o milho, que além ser um alimento bastante apreciado pela população que através deste produzia a farinha de milho, a canjica, o angu e outras variedades alimentícias, o milho servia também como alimento para os animais como galinhas, cavalos e os bois que consomem a palha seca, as roças de feijão (semente ainda muito cultivada no Sertão do Pajeú) que eram exclusivamente para o consumo e o comércio, e o algodão (Do tipo arbóreo, chamado ‘’mocó’’ (porque os caroços semelhantes ao excremento dos roedores denominados mocós), de fibra longa, forte e sedosa. Exigindo muita água para a germinação em seu primeiro desenvolvimento e pouca no florescimento ou maturação dos frutos, suporta bem as estiagens. (MACIEL, Pe. Frederico Bezerra. p. 165, 1992). muito plantado na região sendo este gerador de uma boa renda, pois após o seu descaroçamento era vendido para os tecelões para a confecção de tecidos.

        Este trabalho sobre o brasão de Flores é uma pequena parte do meu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) apresentado no dia 17 de dezembro de 2018 na FASP (Faculdade do Sertão do Pajeú) ao qual foi aprovado com distinção, este é apenas o tópico 2.2, do meu TCC intitulado: Povoamento de Afogados da Ingazeira no contesto Regional do Pajeú.
    
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Referencias:

BARBALHO, Nelson. Cronologia Pernambucana: Subsídios para a História do Agreste e do Sertão – de 1776 a 1800. Recife: Centro de Estudos de História Municipal/FIAM, Vol. 9. 1983c.

MACIEL, Pe. Frederico bezerra. Carnaiba: A Pérola do Pajeú. Recife: Editora Raiz. 1992.

SILVA, Geralda Nogueira da; SANTOS, José Galdino dos; GOMES, Maria Aparecida Leite; SOARES, Mário Jorge Liberal. Tuparetama: O Livro do Município. Organizador: Tárcio José de Oliveira Silva. 1ª ed. Tuparetama: Casa da Cultura. 1999.

NETO, Antônio Cavalcante Tavares; MARINHO, Carlos Diego; NETO, Mozart Siqueira de Araújo; GUEDES, Pedro Vinicius Simas; LUCENA, Renata Valéria de; ALCÂNTARA, Thiago Pereira de Oliveira. Sertão do Pajeú: Uma Breve História. Orientador: Professor Doutor Severino Vicente da Silva. Recife, 2008. Disponível em: < http:// http://www.biuvicente.com/blog/?p=441 >. Acessado em: 05/06/2018.

terça-feira, 21 de abril de 2020

Arquivos e Bancos de dados



Arquivos e Banco de dados: o que são e quais suas importâncias para a prática da pesquisa histórica 

Autor: Jailson Mendes

Para o estudo da História e o seu trabalho de pesquisa é necessário o bom armazenamento de fontes, estas ajudam ao pesquisador para que este tenha um melhor embasamento para poder confirmar as suas ideias ou também para refutar alguma teoria já existente e que não tenha muita consistência teórica, assim o bom armazenamento de fontes se é necessário, visto que um trabalho de cunho cientifico só é bem aceito entre a sociedade acadêmica quando este está bem estruturado com fontes que possam validar o seu trabalho cientifico.
Tendo em vista esta primeira analise sobre o trabalho acadêmico, podemos nos ater nas fontes desse trabalho, essas fontes precisam ser bem organizadas para se ter uma maior facilidade na hora da elaboração dos trabalhos, assim com a organização dessas fontes temos a criação de um arquivo, como a própria palavra já nos dá a entender o arquivo é um compilado de textos de diversos autores que possam nos auxiliar na elaboração de um TCC ou uma tese se for o caso.
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Entendendo-se o que é um arquivo passaremos a analisar algumas de suas variedades, podemos ter a principio um arquivo que seja constituído de diversos livros escritos por autores renomados, é o tipo de arquivo mais comum e também um dos mais exigidos nos trabalhos acadêmicos, outra forma de arquivo bastante utilizado é o compilado de artigo científicos, que são muitas vezes mais fáceis de se interpretar do que uma obra completa de algum autor, também podemos encontrar arquivos apenas com fotografias de uma determinada época que será posteriormente analisada e comparada com outras fontes, os arquivos documentais como cartas, acordos políticos, registros de cartório entre outros ainda são bastante utilizados, arquivos audiovisuais são fontes que hoje se esta sendo também muito utilizada entre os acadêmicos e ainda temos os arquivos digitalizados para se fazer uma boa pesquisa, sendo o uso da internet essencial para a produção desse arquivo, o pesquisador terá um maior cuidado no caso de textos e artigos retirados da internet, pois algumas dessas fontes poderão não ser confiáveis visto que esses textos podem ser falsos e não condizerem com a verdade.

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Partindo da compreensão que já entendemos o que são fontes e que varias delas compõem um arquivo e que podemos ter vários arquivos diferentes, analisaremos a partir de então o que são Banco de Dados, embora se tenha a ideia de ser algo complicado de entender, tentarei neste trabalho explica-lo de maneira simples; quando temos diversos arquivos já organizados de maneira a facilitar o nosso trabalho de pesquisa esses inúmeros arquivos formam um banco de dados, assim entende-se por Banco de dados uma série de arquivos podendo nesses arquivos conterem fotos, vídeos, livros renomados ou livros pouco conhecidos, artigos científicos, documentos oficiais ou não e textos digitalizados, assim a função desse Banco de Dados é unicamente guardar esses arquivos de maneira segura para que estes não corram o risco de perderem-se, ou de alguma forma se danificar, seja por mau uso ou por descuido do seu cuidador.

Referência

OLIVEIRA, Regina Soares; ALMEIDA, Vanusia Lopes de; FONSECA, Vitória Azevedo; CANO, Márcio Rogério de Oliveira, coordenador. 6 coleção: A reflexão e a prática no ensino: História. São Paulo, Blucher, 2012.    
           
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Olá tudo bem? Você que está fazendo um curso superior sabe que ao final ira ter que fazer o famoso tcc (trabalho de conclusão de curso), é esse trabalho que vai definir se você está aprovado para exercer a profissão escolhida ou se ainda não está  habilitado para referida profissão, muitas pessoas sentem dificuldades na hora de realiza-lo, tendo em vista que não se trata de um simples trabalho e sim do principal trabalho do curso, foi pensando exclusivamente nas pessoas que sentem tais dificuldades que foi lançado ao mercado um incrível e-book que irá sanar todas as suas duvidas sobre o tcc, o ajudando do começo ao fim na realização desse trabalho tão temido por boa parte dos acadêmicos. Acesse esse link e saiba mais sobre o e-book TCC em blocos CLIQUE AQUI.   


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