sábado, 13 de agosto de 2022

Será que o Capitalismo Acabou com a Escravidão?

                 

                              Imagem de: Ayodeji Fatunla

                  É notório que o processo de extinção do tráfico de escravos para o Brasil foi o começo do fim do sistema escravocrata brasileiro, entre os fatores relevantes ao fim do tráfico temos: a influência da Grã-Bretanha e os instrumentos jurídicos criados para os fim do tráfico.

            Sabe-se que, apesar da Grã-Bretanha ter enriquecido com o tráfico negreiro, ela defendeu o fim da escravidão depois de revolução Industrial iniciada na Inglaterra, que a via como um atraso ao capitalismo, como o Brasil no século XIX estava cada vez mais dependente de produtos ingleses, vários acordos foram impostos ao governo brasileiro para gradativamente pôr fim ao tráfico de escravos.

            É necessário ressaltar que, a lei de 1831 não surtiu os efeitos desejados pela Grã-Bretanha pois os navios negreiros ainda traficavam muitos escravos da África para o Brasil; uma vez que os próprios políticos eram donos de escravos, ficando essa lei conhecida como “lei para inglês ver”, assim em 1845 foi aprovada na Inglaterra a lei Bill Aberdeen, que autorizava navios ingleses capturarem navios negreiros no Atlântico. Vendo que os prejuízos eram enormes foi aprovada em 1850 a lei Eusébio de Queiroz pondo fim ao tráfico de escravos.

            Desse modo, fatores externos como as fortes pressões da Inglaterra e internos como o prejuízo com o tráfico, principalmente após 1845, contribuíram para a extinção do tráfico de escravos no Brasil.

            Contudo, devemos nos perguntar qual era a real intensão dos ingleses ao de uma hora para outra começar a lutar pela abolição da escravatura, uma coisa é certa, tanta benevolência de uma nação que lucrou tanto com o comercio negreiro era de se estranhar, o historiador Carlos Alberto Schneeberger (pg. 262) nos traz as reais intenções dos ingleses ao descrever que “a Inglaterra, necessitada de mercados, pressionava para que se liquidasse o regime escravocrata”.

            Assim podemos chegar a conclusão de que não era por benevolência que a Inglaterra lutava pelo fim da escravidão, mas sim por interesse próprio pois o que ela queria no momento era mão-de-obra assalariada, não para viver dignamente, mas para comprar os seus produtos industrializados, além disso a partir de sua industrialização os ingleses perceberam que era mais barato pagar um misero salário que manter um escravo, como produto o africano custava caro, além de lhe dar moradia, comida, roupas e remédios em caso de doença.

            Assim, ao colocar os custos na “balança”, a Grã-Bretanha percebeu que era mais rentável um homem assalariado que um homem escravo, com a mão de obra assalariada o dono dos meios de produção não necessitava mais se preocupar com moradia, comida, roupa e saúde do empregado afinal ele está recebendo justamente para se manter e consumir o produto que ele mesmo produz.

            Hoje dizemos que não existe mais escravidão, mas até que ponto essa frase é realidade? Será que na atualidade toda a massa da população não é escrava do sistema? Somos moldados desde cedo para o mercado de trabalho, criados para sermos mais uma engrenagem no sistema capitalista, e quando não servimos mais somos substituídos por uma engrenagem nova, e assim vivemos na falsa ilusão da liberdade, da mesma forma que um peixe não se vê engolido pelo mar somos nós hoje engolidos pelo capitalismo.

Autor: Jailson Mendes

Referência bibliográfica:

Schneerger, Carlos Alberto. Manual Compacto de História: ensino fundamental. – 1.ed. – São Paulo: Rideel, 2010                    

domingo, 23 de janeiro de 2022

Egito Antigo: A Cidade Perdida de Luxor


  Foto de Spencer Davis no Pexels

Autor: Jailson Mendes

     Desde criança já sentia certo fascínio pelo Egito, afinal quem não fica fascinado pelas pirâmides, pela esfinge, pelos obeliscos, pelos diversos tempos e pelos hieróglifos, há séculos que o Egito vêm chamando atenção de curiosos e pesquisadores, seja por suas belezas já descobertas ou pelas que podem ser descobertas, é um país que ainda contém muitos mistérios e uma recente descoberta poderá ajudar a entender melhor parte de seu passado, em setembro de 2020 foi descoberta uma cidade soterrada pelas areias do deserto apelidada de "cidade de ouro perdida de Luxor" ela pode revelar com maior clareza os reinados de Amenófis III e de seu filho Akhenaton. 

    A cidade provavelmente fora construída durante o reinado de Amenófis III, visto que encontraram muitos registros em hieróglifos que remetem a época desse soberano, esse faraó governou o Egito de 1405 a 1367, seu reinado foi considerado o apogeu da civilização egípcia, apesar de ter alguns atritos com a classe sacerdotal de Tebas, por conta do centralismo religioso adotado pelo Faraó e dando um maior privilegio ao culto a Aton (o deus Sol). 

    Quando seu filho Amenófis IV assume o poder, mirabolantemente ele se desgarra de toda tradição politeísta da cultura egípcia, cortando assim os laços com Mênfis e Tebas e erguendo uma nova cidade Tell El-Amarna (Akhetaton), onde começa a pregar um monoteísmo cultuando o deus Aton, ele também muda o próprio nome para Akhenaton, seu reinado durou de 1370 a 1357 (apenas 13 anos de reinado), com a sua morte tanto a nova cidade quanto o monoteísmo são abandonados pelo novo faraó Tutankhamon que refaz as alianças políticas e religiosas com os sacerdotes de Mênfis e Tebas.

    A descoberta dessa cidade pode trazer mais informações sobre esses reinados, nela foram encontrados muitos artefatos desse período como vasos, cerâmicas, um tipo de padaria, utensílios do cotidiano egípcio, as paredes altas mostram como era arquitetura do período, além do descobrimento de um cemitério repleto de lapides. A descoberta foi feita em setembro de 2020 e ainda está sendo estudada pelos arqueólogos.                 

quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

Pré-História: Evolução do homem



Autor: Jailson Mendes

    Esse assunto em especial muitas vezes gera polêmica, principalmente por se tratar de uma teoria evolucionista, ou seja as pessoas que defendem o criacionismo a rejeitam totalmente, sempre culminando no discurso de que "o homem não veio do macaco". Bem a ciência também descarta essa possibilidade, o que muitas vezes é levado em conta na comunidade cientifica é de que "o homem e os macacos evoluíram de um ser ancestral comum", assim somos meio que "primos" dos demais primatas. Toda via o principal foco dessa postagem não é mexer nessa ferida e sim elencar os ancestrais do ser humano de acordo com a teoria evolucionista.

    O primeiro da lista é o Australopthecus, esse primata viveu no sul do continente Africano há cerca de 3,5 milhões de anos, também denominado de "macaco do sul", essa espécie sobrevivia basicamente de vegetais, andava com o auxílio das mãos e era uma presa fácil para os grandes predadores da época, por ser ainda uma criatura selvagem não possuía a habilidade de utilizar ferramentas, assim no máximo se utilizava de paus e pedras que os arremessava quando se viam em perigo.

    O próximo  na cadeia evolutiva  é o Homo-Habilis, ou como também é conhecido "Homem Habilidoso", este já tinha desenvolvido certas habilidades no manuseio com a pedra e a madeira, utilizando a pedra como um instrumento de corte e a madeira como arma criando assim as primeiras lanças, porem é bem provável que esses hominídeos não tenham ainda desenvolvido o domínio do fogo, assim sua principal fonte de alimento ainda era os vegetais e possivelmente o consumo de carne crua. esta espécie também viveu na África há pelo menos 2 milhões de anos.

    Dando sequencia há linha evolutiva temos o Homo-Erectus, este como o próprio nome já diz andava completamente erguido sobre as duas pernas, dando assim aos braços total liberdade para produção de ferramentas, é provável que esta espécie já tivesse percebido a importância do fogo para a sua sobrevivência, nesse ponto não sabemos ao certo se ele já produzia ou se apenas manipulava esse elemento primordial da natureza, ao contrario dos espécimes anteriores fosseis do homo erectus foram encontrados na Europa, mostrando que estes foram os primeiros do gênero homo a migrar para fora da África. Este espécime provavelmente viveu há 1 milhão de anos.

    Seguindo a evolução surge o Homo-neanderthalensis ou "Homem de Neandertal" como é mais conhecido, eles surgiram por volta de 500 mil anos, esses homens se adaptaram ao frio, também migraram para outros continentes, eram bons caçadores, já dominavam e produziam o fogo, e é bem provável que já pensassem no sobrenatural, há inclusive registros de que os neandertais já faziam funerais, mostrando assim certo respeito para com os seus entes falecidos, tal preocupação sugere que eles tivessem uma "religiosidade primitiva".

    O Homo-Sapien é o ultimo da lista, nós surgimos mais ou menos há 100 mil anos, diferente do Homem de neandertal que não conseguiu adaptar-se ao aquecimento do planeta nossa espécie dominou todos os continentes adaptando-se aos mais variados climas, hoje somos a espécie dominante do planeta, infelizmente não aprendemos a viver com a natureza, mas sim contra ela, tudo o que precisamos extraímos dos recursos naturais, os reflexos de nossa extração estão aparecendo nos tempos atuais, alguns negam atais fenômenos (os chamados negacionistas), outros porem lutam para tentar reverter essa situação climática.