terça-feira, 28 de abril de 2020

Brasil Holandês

O Brasil dos holandeses

Será que estaríamos em melhores condições hoje se a colonização holandesa tive-se se efetivado no século XVII

Autor: Jailson Mendes

     
     
          Muitas vezes quando estamos conversando sobre a triste situação que está o nosso querido Brasil principalmente quando estamos tratando da fome, do desemprego, da insegurança, da fraca educação nas escolas publicas, da situação na saúde pública, da nossa política; enfim do Brasil como um todo, quase sempre chega um e diz: teria sido melhor se o Brasil tivesse sido colonizado pelos holandeses; alguns possivelmente até iriam concordar com ele afinal a colonização que os lusitanos nos impuseram não foi lá muito boa, mas será que teria realmente mudado muita coisa no Brasil se os holandeses tivessem tomado a posse definitiva de nossa Pátria Amada.
         Vamos agora voltar um pouco a nossa história; antes da famosa "União Ibérica" devemos nos lembrar que a Holanda e Portugal eram parceiros de negócios, os portugueses plantavam a cana-de-açúcar em grandes extensões de terras, pratica agrícola conhecida também por "plantation", a cana era plantada principalmente em Pernambuco e em São Vicente (São Paulo), era um trabalho compulsório de mão-de -obra escrava, utilizando a principio os indígenas e por fim trouxeram os africanos que por quase 300 anos sentiram o peso da escravidão em nosso país. Aqui a cana era moída e dela se extraia o açúcar mascavo, esse açúcar não era visto com bons olhos pelo mercado europeu por ter uma coloração amarronzada; enquanto Portugal era o grande proprietário das terras e produtor da cana, a Holanda por sua vez ajudou na construção de boa parte dos engenhos brasileiros emprestando dinheiro a juros ao senhores de engenhos, além de comprarem o açúcar mascavo de comerciantes portugueses (estes por sua vez compravam a preços baixíssimos dos colonos brasileiros) que era transportado para Amsterdam, lá o açúcar era então refinado e vendido para o resto da Europa a um preço muito mais caro fazendo assim com que a Holanda lucra-se mais que Portugal.



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Mas como essa parceria foi interrompida? já respondendo a pergunta a parceria terminou com o fim da dinastia Avis em 1580, com a morte de dom Sebastião em 1578 que morreu em uma batalha na África quando estava lutando contra os árabes em Alcácer-Quibir, quem assume o trono português é o seu tio o cardeal Henrique, mas morreu dois anos depois sem deixar herdeiro, com o trono português vazio Felipe II, rei da Espanha exige para si o direito do trono por ser primo de Sebastião, passo por cima dos outros pretendentes ao trono e torna rei de Portugal unindo assim as duas coroas.   
         Nesse período da união das duas coroas a Espanha estava em guerra com os Países Baixos (a Holanda estava lutando contra o domínio espanhol) assim quando o rei Felipe II tomou a coroa portuguesa cortou o a parceria que os flamengos tinham com o Brasil, com a finalidade de enfraquecer seu inimigo. Foi um duro golpe para os holandeses uma vez que o comercio do açúcar com o Brasil gerava para o país uma boa fonte de renda, que era muito utilizado nas campanhas contra a Espanha.
           Assim em 1595 como forma represália os holandeses pilharam a costa da África e a cidade de Salvador em 1604, mas entre 1609 e 1621 ouve uma trégua entre os dois países, foram 12 anos de paz, nesse meio tempo a Espanha fortaleceu a segurança na América espanhola e deixou de lado a América portuguesa, esse ponto da história é definitivamente um "campo minado", pois abre-se no minimo duas possibilidades, uma é que a Espanha estava em dificuldades e se viu obrigada a confirmar a independência dos Países Baixos em troca desses 12 anos, assim ela teve tempo de fortificar sua colônia na América, afinal era dali que vinha sua principal riqueza em ouro e prata, deixando de lado a colônia portuguesa desprovida de segurança; outra analise desse período quem traz é o pesquisador Alexandre Santos que relata em seu livro "Raízes" ouve um acordo secreto entre a Espanha e a Holanda onde os hispânicos iriam deixar a colonia portuguesa desprotegida e em troca os holandeses deixariam a América espanhola livre de ataques, de acordo com o Alexandre esse acordo secreto foi feito pelo camareiro-mor Gaspar Felipe de Guzmán, conde de Olivares a serviço do rei espanhol. 


De sua parte, igualmente bem informado pelos olhos que mantinha em Madrid, Usselincx sabia que, acuado pela pressa da ampulheta fazia passar os 12 anos de trégua estabelecidos em 1609,o pragmático conde de Olivares estava disposto a sacrificar bens portugueses n'além mar para preservar os interesses hispânicos. Estavam colocadas as linhas gerais de um grande acordo: a Espanha desleixaria os bens de Portugal em defesa de sua própria segurança. (SANTOS, Alexandre. p. 65-66. 2011).                                             

                                                                                 Aqui

          Independente de qual foi a verdade por trás da trégua dos 12 anos, podendo existir verdade nas duas versões, o fato é que em 1624 aconteceu o primeiro ataque holandês no nordeste brasileiro (em 1621 tinha sido fundado a Companhia das Índias Ocidentais), o alvo do ataque foi Salvador, embora os holandeses tenham conquistado a cidade rapidamente não conseguiram ir além pois os moradores que fugiram se organizaram na resistência, desta forma, após um ano da cidade dominada os flamengos se rendem perante uma esquadra espanhola com 52 navios e 12 mil homens que vieram para libertar Salvador.
         A mesma sorte não teve a cidade de Olinda, em 1630 os holandeses atacaram de novo, mas dessa vez eles vieram mais preparados e após bombardearem conquistaram Olinda a capital da capitania pernambucana, o foco de resistência veio do Arraial de Bom Jesus, se utilizando das estrategias de luta de guerrilha os rebeldes mantinham os holandeses afastados do interior assim os guerrilheiros conseguiram expulsa-los de Olinda, mas em sua retirada os flamengos atearam fogo na cidade, os holandeses se fixaram então no Recife, mas a batalha pendeu de novo a favor dos conquistadores por conta de uma traição, Domingos Fernandes Calabar aliou-se aos flamengos e como era conhecedor da região levo-us até o Arraial acabando assim com o foco de resistência. A partir dessa conquista os holandeses espalharam o seu domínio do litoral de Pernambuco até Rio Grande do Norte, durante essa conquista muito sangue foi derramado, muitos engenhos destruídos, muitos dos resistentes fugiram para o interior e muitos dos escravos aproveitaram toda essa confusão para se refugiarem nos quilombos, em especial o quilombo dos Palmares que teve um grande aumento populacional durante o Brasil Holandês.



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         Após 7 anos (1630-1637) de lutas os holandeses conseguiram manter o controle e uma relativa paz na colônia, assim no período que vai de 1637 à 1644 o território holandês no Brasil passa por uma série de mudanças graças a administração do Conde Mauricio de Nassau, esse curto período ficou marcado na nossa memória e quando relembramos do Brasil Holandês é justamente esses anos que costumam ser destacados, isso porque o Conde fez grandes obras, como expandir o território do Ceará atá a foz do rio São Francisco, transformou Recife na capital holandesa da colônia além de construir a cidade Maurícia com uma arquitetura holandesa e da construção de pontes interligando as duas cidades, no campo religioso ele liberou o culto tanto de católicos como de judeus embora os holandeses fossem protestantes, emprestou dinheiro para os proprietários de engenho se re-erguerem, garantiu o fornecimento de escravos da África para o Brasil e trouxe para a colônia muitos intelectuais como os pintores Frans Post e Albert Eckhout, o naturalista Marcgrave, o arquiteto Pieter Post, o médico Willelm Piso, etc. 





        Podemos ver que não é a toa que quando falamos do período holandês no Brasil costumamos associa-lo unicamente ao governo de Nassau, um fato curioso é que Nassau não era holandês apesar de ter feito toda a sua carreira na Holanda ele are alemão e por não dar muito retorno financeiro aos membros da Companhia das Índias Ocidentais ele foi retirado do governo e teve que retornar para a Europa, deixando o governo sob outra administração. Visando apenas o lucro a nova administração holandesa começou a cobrar impostos abusivos principalmente do senhores de engenho que tinham se endividado com a Companhia das Índias Ocidentais durante o governo de Nassau, também confiscaram diversos engenhos hipotecados, crescendo assim um antagonismo entre os holandeses e os colonos, eram o inicio das revoltas, a Insurreição Pernambucana.
       Como Portugal tinha acabado de romper com a Espanha (em 1640 subiu ao trono português a dinastia dos Bragança com o rei d. João IV) e declarar-lhe guerra estava muito enfraquecida para retomar sua colônia na América, assim apenar incentivou o espirito de revolta nos colonos que se organizaram, foi a união de senhores de engenho, dos colonos, de grupos indígenas e de negros alforriados, venceram os holandeses em diversas batalhas como no Monte das Tabocas em 1645, nas duas batalhas nos Montes Guararapes em 1648 e 1649. Os Holandeses ficaram ilhados no Recife além de sofrerem outras perdas como as fontes que forneciam escravos da África e a comercialização de açúcar com a Inglaterra (por meio do ato de navegação inglês de 1651 só podiam transportar produtos para a Inglaterra seus legítimos donos, e oficialmente o Brasil pertencia a Portugal), em 1653 os holandeses foram cercados no Recife por um frota portuguesa, assim totalmente cercada por terra e por mar a Holanda se rende em 1654.


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         A história do Brasil holandês nos faz refletir, tanto portugueses como holandeses apenas queriam obter lucros com a exploração das terras brasileiras por isso engana-se quem pensar que hoje estaríamos em melhores condições se a Holanda tivesse se firmado como nossos colonizadores, para eles nossa terra era apenas uma fonte de riquezas que deveria ser explorada até o espotamento. Nassau era um homem a frente de seu tempo e via a necessidade de primeiro estruturar a colônia para depois se obter os lucros, pensamento esse que nem holandeses e portugueses tinham. Termino esse artigo com uma citação do historiador Boris Fausto:

Não há uma resposta segura para essa questão, pois ela envolve uma conjectura, uma possibilidade que não se tornou real. Quando se compara o governo de Nassau coma rudeza lusa e a natureza muitas vezes predatória de sua colonização, a resposta parece ser positiva. Mas convém lembrar que Nassau representava apenas uma tendência e a Companhia das Índias Ocidentais outra, mais próxima do estilo do empreendimento colonial português. Vista essa questão sobre esse ângulo, e quando se constata o que aconteceu nas colônias holandesas da Ásia e das Antilhas, as duvidas crescem. A colonização dependeu menos da nacionalidade do colonizador e mais do tipo de colonização implantado. (FAUSTO, Boris. p. 89, 2009).  

Referências: 

FAUSTO, Boris. História do Brasil. 13 ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2009.

SCHNEERBERGER, Carlos Alberto. Manual Compacto de História do Brasil. 1 ed. São Paulo: Rideel, 2010.

SANTOS, Alexandre. Raízes. Recife: Bagaço, 2011. 
                                          

sexta-feira, 24 de abril de 2020

O Brasão de Flores



O BRASÃO DE FLORES E SUA SIMBOLOGIA

Autor: Jailson Mendes




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Os Índios


Os brasões de uma maneira geral representam a identidade de um povo, de um reino, de uma família nobre etc., no caso do Município de Flores ele representa a sua origem, percebemos isso claramente ao observarmos os desenhos que o compõem, ele é formado por dois indígenas que se encaram, o Rio Pajeú que atravessa a localidade e duas plantas, estas representando plantas voltadas para a agricultura local, estes desenhos reunidos nos dão indícios de como foi sua formação enquanto povoamento.
Os índios no brasão representam os nativos que habitavam a região antes da chegada dos desbravadores, estes eram divididos em varias tribos e nações diferentes, cada qual com seu estilo de vida, a região que corresponde ao território do Pajeú era ocupado por diversas tribos diferentes tendo destaque os Cariris, que montaram aldeias em diversas áreas da região, porem tanto os Cariris quantos os outros povos indígenas do Pajeú foram chamados de Tapuias pelos desbravadores, denominação que vinha dos índios do litoral que usavam esse nome como forma de designarem todos os índios do interior.
Documentos de meados do século XVII registraram as tribos denominadas Chucurus, Carnijós (ou Carijós), Paraquiós, porcás e Brancararus estes com várias nações no Pajeú, Caripós, Tamaquiús, Ichus, Anchus (ou Ansus), Acroás, Anaupirás, Aracapás, Arorobás, Aricobés, Avís e Pipipãs (situados entre os vales do rio Moxotó e Pajeú), Bracararús, Cararús, Caraíbas, Carapotós, Cariris, Xocós, Mocoazes, Mariquitos, Omaris, Pancarus, Paratiós, Prozés (ou Rodeleiros), Tuxas, Umoés, Urubás (ou Arobás), Uruás e Vouês. (SILVA, Tárcio José de Oliveira. p. 96, 1999).
Da citação acima pode-se notar a diversidade das nações indígenas que habitavam o território do Pajeú antes e no período do desbravamento, assim os dois índios do brasão nos mostram a diversidade das nações e sua contribuição para a formação do Município de Flores através do contato direto com o desbravador, tendo de início um choque de duas culturas diferentes, mas que com o convívio pode-se até ter havido uma forte miscigenação entre o índio e o branco constituindo assim a formação de Flores.

O Rio Pajeú

          Outro símbolo que aparece no brasão de Flores é o Rio Pajeú, este tem uma grande importância na formação do município, foi por ele que os desbravadores guiando os rebanhos de gado chegaram a localidade e se situaram em sua margem direita, com relação a origem do nome do rio, os índios Cariris o chamavam de ‘’Payaú’’ ou ‘’Rio do Pajé’’(No livro ‘’Cronologia Pernambucana’’ ‘’subsídios para a História do Agreste ao Sertão’’ volume 9ª, escrito por Nelson Barbalho, na página 134 há um relato do pe. Antônio Mendes de Azevedo, o qual diz que ‘’ Pajeú é vocábulo indígena, significa rio do feiticeiro, do adivinho, etc. os selvagens davam a denominação de Pajé a um sacerdote seu encarregado de fazer prognósticos do tempo, dos fatos, e também de curar as enfermidades), pode-se perceber a relação que os indígenas tinham com o rio visto que o Pajé é uma das funções mais importantes na tribo, sendo este responsável pelos rituais religiosos e pela elaboração de remédios (ervas medicinais extraídas da natureza).




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As águas límpidas do rio que antes apenas saciava a sede das tribos e dos animais silvestres, passaram também a saciar a sede dos desbravadores e de seus rebanhos que se instalaram em sua margem e começaram a montar as fazendas de gado dando início ao povoamento da região, em épocas de seca era comum cavarem cacimbas nas areias do rio em busca de se encontrar a tão preciosa água no período da estiagem, “se enfilavam diante das cacimbas para encher e carregar’’(MACIEL, Pe. Frederico Bezerra. p. 08, 1992).
O Rio Pajeú tem aproximadamente 353 Km de extensão, nascendo na Serra do Balanço (pertencente hoje ao Município de Brejinho), e segue passando por 27 municípios tendo sua bacia hidrográfica totalmente inserida no sertão pernambucano, o Pajeú tem diversos riachos em ambas as margens, em sua margem direita ele tem 13 afluentes principais sendo o Rio São Cristóvão o mais importante deles, já em sua margem esquerda ele possui 6 riachos que se destacam sendo o Riacho do Navio o principal desta margem, “a Bacia Hidrográfica do Rio Pajeú é a maior do estado de Pernambuco, com uma área aproximada de 16.685,65 Km2, correspondendo a 16,97% da área do estado’’.( VICENTE. Biu, 2008). 
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As Plantas

O último símbolo do brasão de Flores, mas não menos importante são as plantas que o rodeiam, elas representam os produtos agrícolas que os moradores de Flores plantavam tanto para o comércio, quanto para a sua subsistência, seus habitantes assim como de outras regiões do Pajeú costumavam plantar o milho, que além ser um alimento bastante apreciado pela população que através deste produzia a farinha de milho, a canjica, o angu e outras variedades alimentícias, o milho servia também como alimento para os animais como galinhas, cavalos e os bois que consomem a palha seca, as roças de feijão (semente ainda muito cultivada no Sertão do Pajeú) que eram exclusivamente para o consumo e o comércio, e o algodão (Do tipo arbóreo, chamado ‘’mocó’’ (porque os caroços semelhantes ao excremento dos roedores denominados mocós), de fibra longa, forte e sedosa. Exigindo muita água para a germinação em seu primeiro desenvolvimento e pouca no florescimento ou maturação dos frutos, suporta bem as estiagens. (MACIEL, Pe. Frederico Bezerra. p. 165, 1992). muito plantado na região sendo este gerador de uma boa renda, pois após o seu descaroçamento era vendido para os tecelões para a confecção de tecidos.

        Este trabalho sobre o brasão de Flores é uma pequena parte do meu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) apresentado no dia 17 de dezembro de 2018 na FASP (Faculdade do Sertão do Pajeú) ao qual foi aprovado com distinção, este é apenas o tópico 2.2, do meu TCC intitulado: Povoamento de Afogados da Ingazeira no contesto Regional do Pajeú.
    
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Referencias:

BARBALHO, Nelson. Cronologia Pernambucana: Subsídios para a História do Agreste e do Sertão – de 1776 a 1800. Recife: Centro de Estudos de História Municipal/FIAM, Vol. 9. 1983c.

MACIEL, Pe. Frederico bezerra. Carnaiba: A Pérola do Pajeú. Recife: Editora Raiz. 1992.

SILVA, Geralda Nogueira da; SANTOS, José Galdino dos; GOMES, Maria Aparecida Leite; SOARES, Mário Jorge Liberal. Tuparetama: O Livro do Município. Organizador: Tárcio José de Oliveira Silva. 1ª ed. Tuparetama: Casa da Cultura. 1999.

NETO, Antônio Cavalcante Tavares; MARINHO, Carlos Diego; NETO, Mozart Siqueira de Araújo; GUEDES, Pedro Vinicius Simas; LUCENA, Renata Valéria de; ALCÂNTARA, Thiago Pereira de Oliveira. Sertão do Pajeú: Uma Breve História. Orientador: Professor Doutor Severino Vicente da Silva. Recife, 2008. Disponível em: < http:// http://www.biuvicente.com/blog/?p=441 >. Acessado em: 05/06/2018.

terça-feira, 21 de abril de 2020

Arquivos e Bancos de dados



Arquivos e Banco de dados: o que são e quais suas importâncias para a prática da pesquisa histórica 

Autor: Jailson Mendes

Para o estudo da História e o seu trabalho de pesquisa é necessário o bom armazenamento de fontes, estas ajudam ao pesquisador para que este tenha um melhor embasamento para poder confirmar as suas ideias ou também para refutar alguma teoria já existente e que não tenha muita consistência teórica, assim o bom armazenamento de fontes se é necessário, visto que um trabalho de cunho cientifico só é bem aceito entre a sociedade acadêmica quando este está bem estruturado com fontes que possam validar o seu trabalho cientifico.
Tendo em vista esta primeira analise sobre o trabalho acadêmico, podemos nos ater nas fontes desse trabalho, essas fontes precisam ser bem organizadas para se ter uma maior facilidade na hora da elaboração dos trabalhos, assim com a organização dessas fontes temos a criação de um arquivo, como a própria palavra já nos dá a entender o arquivo é um compilado de textos de diversos autores que possam nos auxiliar na elaboração de um TCC ou uma tese se for o caso.
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Entendendo-se o que é um arquivo passaremos a analisar algumas de suas variedades, podemos ter a principio um arquivo que seja constituído de diversos livros escritos por autores renomados, é o tipo de arquivo mais comum e também um dos mais exigidos nos trabalhos acadêmicos, outra forma de arquivo bastante utilizado é o compilado de artigo científicos, que são muitas vezes mais fáceis de se interpretar do que uma obra completa de algum autor, também podemos encontrar arquivos apenas com fotografias de uma determinada época que será posteriormente analisada e comparada com outras fontes, os arquivos documentais como cartas, acordos políticos, registros de cartório entre outros ainda são bastante utilizados, arquivos audiovisuais são fontes que hoje se esta sendo também muito utilizada entre os acadêmicos e ainda temos os arquivos digitalizados para se fazer uma boa pesquisa, sendo o uso da internet essencial para a produção desse arquivo, o pesquisador terá um maior cuidado no caso de textos e artigos retirados da internet, pois algumas dessas fontes poderão não ser confiáveis visto que esses textos podem ser falsos e não condizerem com a verdade.

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Partindo da compreensão que já entendemos o que são fontes e que varias delas compõem um arquivo e que podemos ter vários arquivos diferentes, analisaremos a partir de então o que são Banco de Dados, embora se tenha a ideia de ser algo complicado de entender, tentarei neste trabalho explica-lo de maneira simples; quando temos diversos arquivos já organizados de maneira a facilitar o nosso trabalho de pesquisa esses inúmeros arquivos formam um banco de dados, assim entende-se por Banco de dados uma série de arquivos podendo nesses arquivos conterem fotos, vídeos, livros renomados ou livros pouco conhecidos, artigos científicos, documentos oficiais ou não e textos digitalizados, assim a função desse Banco de Dados é unicamente guardar esses arquivos de maneira segura para que estes não corram o risco de perderem-se, ou de alguma forma se danificar, seja por mau uso ou por descuido do seu cuidador.

Referência

OLIVEIRA, Regina Soares; ALMEIDA, Vanusia Lopes de; FONSECA, Vitória Azevedo; CANO, Márcio Rogério de Oliveira, coordenador. 6 coleção: A reflexão e a prática no ensino: História. São Paulo, Blucher, 2012.    
           
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domingo, 19 de abril de 2020

Da África para o Brasil


Da África para o Brasil; dos povos africanos aos afro-descendentes 

Autor: Jailson Mendes

Introdução

            Falar da história da África é remontar as nossas origens, é acima de tudo entender a grande importância que esse enorme continente tem para o mundo, pois muito pouco sabemos sobre essa fabulosa terra e os povos que nela habitam. Muito desse desconhecimento é devido as nossas heranças culturais europeias que viam na cor branca um estado evolutivo estando estes acima de todas as outras etnias incluindo-se a etnia negra, assim vivemos centenas de anos com um preconceito muito cruel que destruiu milhares de vidas, sonhos e culturas.
            Assim quando nos é perguntado sobre a cultura negra ou afro-brasileira muitas vezes não sabemos responder a altura ou simplesmente nos recusamos por pura e simples ignorância. Tendo em vista do pouco conhecimento que temos o foco desse trabalho será apenas para nos dar um melhor entendimento dos povos da África, de suas histórias e culturas.      

Os povos africanos

            Indícios arqueológicos nos indicam que os primeiros seres humanos se originaram na África (mais ou menos no sul do continente) e se espalharam pelo restante do globo, começando pela Europa, Ásia, Oceania e por fim as américas; é nesse continente que surgiu também uma das mais antigas e fascinantes civilizações da antiguidade, se extruturando as margens do rio Nilo a civilização egípcia ainda hoje é objeto de estudo por muitos pesquisadores, impressionados com suas construções, escrita e história.
            Além dos egípcios muitos outros povos marcaram a história da África, como os cartagineses que viviam no norte do continente, onde hoje se situa a Tunísia, descendentes dos antigos navegadores Fenícios, os cartagineses entraram em conflito com os romanos, ambos disputando o domínio do mar mediterrâneo, as batalhas entre Cartago e Roma ficou conhecida como as guerras púnicas, o desfecho desses conflitos foi a total destruição de Cartago em 146 a.C. Outro povo foi os garamantes situados onde hoje se localiza a Líbia, esse povo resistiu ao avanço romano, mas sucumbi-o em 643 d.C, quando finalmente sua capital foi invadida pelo exército árabe.
            O reino de Ilê-Ifé, localizado onde hoje se encontra a Nigéria, teve o seu auge entre os séculos XII e XVI, seus reis também eram sacerdotes e foram os difusores do culto aos orixás em outras regiões vizinhas; outro reino foi o de Benim que teve seu apogeu provavelmente no século XV, tanto portugueses e holandeses quando foram para o local descreveram a respeito de uma grandiosa cidade, mas por disputas internas para a escolha dos novos reis, acabou por dividi-se em vários pequenos reinos como Daomé; outro império foi o do Mali que ficou conhecido pela famosa peregrinação de seu imperador mansa Musa para Meca, séculos depois esse império fragmentou-se e perdendo parte de seu território para o império Songai no ano de 1449; o reino do Congo foi cristianizado pelos portugueses na época das grandes navegações, mudando até mesmo o nome da capital a renomeando de cidade de São Salvador, mas como os portugueses estavam mais interessados no comercio de escravos começaram a fomentar intrigas internas fragmentando assim o reino dando inicio a longos períodos de guerras, desta forma comprava os derrotados e os vendiam como escravos no Brasil. 

                   
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A escravidão e o trafico de escravos

            Quando falamos em escravidão nos lembramos logo da escravidão negra, na travessia do Atlântico e de seu comercio nas américas, não nos lembramos por exemplo do sistema escravista greco-romano (esta escravidão não era pela cor ou por crenças religiosas, mas sim por derrotas nas guerras e por dividas), assim como estudamos na antiguidade clássica, na África antes da chegada dos europeus os africanos também tinham suas rivalidades assim duas tribos ou dois reinos que se de gladiavam até um deles sucumbir e os derrotados eram escravizados pelos vencedores, mas quando os europeus, principalmente os portugueses, começaram a comercializar com os africanos ouve uma nova forma de escravidão, os escravos literalmente tratados como meras mercadorias foram vendidos aos milhares e enviados principalmente para as américas, originando-se assim o comercio negreiro transatlântico, os europeus instigavam diversas disputas entre tribos e aldeias e trocavam os derrotados por armas de fogo, fumo e cachaça.
A escravidão foi um importante fenômeno da história, estando presente em muitos lugares, da antiguidade clássica a épocas muito recentes. A África esteve intimamente ligada a esta história, tanto como fonte principal de escravos para as antigas civilizações, o mundo islâmico, a Índia e as Américas, quanto como uma das principais regiões onde a escravidão era comum. Na verdade, na África a escravidão durou até o século XX – muito mais do que nas Américas. Tal antiguidade e persistência requer explicação, tanto para compreender o desenvolvimento histórico da escravidão na África, quanto para avaliar a relativa importância do tráfico de escravos para esse desenvolvimento. De maneira geral, a escravidão se expandiu em pelo menos três estágios – 1350 a 1600, 1600 a 1800 e 1800 a 1900 – durante os quais o escravismo se tornou fundamental para a economia política africana. (LOVEJOY. Paul E. p. 29).
            Os povos então trazidos para as Américas tiveram tão simplesmente que se adaptar a uma terra desconhecida, sob uma nova forma de vida, tentando assim preservar o máximo possível as suas raízes africanas.          

Cultura afro-brasileira

            Com o passar dos séculos de escravidão no Brasil os africanos e seus filhos que já nasceram aqui em atos de resistência desenvolveram diversas formas de se preservar sua identidade cultural, a exemplo do sincretismo religioso, pois na condição de escravos eles tinham que renegar sua religiosidade materna, tidas para o homem branco como religiões pagãs, para aceitarem o cristianismo, assim o culto aos orixás trazidos por Bantos e Nagôs, passou a ser praticado a partir de um novo olhar das imagens dos santos católicos, desta forma a imagem que representa São Jorge para os católicos representa Ogum para a Umbanda e o Candomblé, assim cada imagem passou a representar tanto um santo quanto um orixá.
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            Outra forma de resistência foram as fugas das senzalas para as matas surgindo assim as comunidades quilombolas (tendo Palmares como o mais famoso quilombo, se destacando os seus dois últimos lideres Ganga zumba e Zumbi, palmares foi destruído em 1696 por tropas comandadas pelo bandeirante de apresamento Domingos Jorge Velho), nessas comunidades os negros puderam desenvolver com total liberdade a sua cultura.
            Hoje temos expressões culturais afro-brasileiras em todas as partes do Brasil, como a Capoeira, o Samba de Coco, a Festa dos Reis Negros, o Reisado, o Bumba meu Boi, além de uma culinária que todos amam como a famosa feijoada, e seus cultos religiosos como a Umbanda, o Candomblé e a Jurema. Assim deixando a cultura brasileira completa, uma vez em que somos o resultado de três etnias: o índio, do qual pertencia todo o território antes de 1500, do branco europeu que invadiu e impôs sua cultura e do negro que como já sabemos veio sob a condição de escravo desde 1550 até 1850, ganhando total liberdade em 1888 com a Lei Áurea, mas que ainda hoje sofre com o preconceito e discriminação de muitos, já se passaram 131 anos do fim da escravidão, mas ainda é muito pouco comparado com os mais ou menos 300 anos de sofrimento.   


             
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Referências

LOVEJOY, Paul E. A escravidão na África: Uma História de suas transformações. 2ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. 2002.
O Brasil somos todos nós: livro 6, 7º ano / organização, obra coletiva produzida pela Editora Grafset, 2011. – (O Brasil somos todos nós; v. 6).
O Brasil somos todos nós: livro 7, 8º ano / organização, obra coletiva produzida pela Editora Grafset, 2011. – (O Brasil somos todos nós; v. 7).
O Brasil somos todos nós: livro 5, 6º ano / organização, obra coletiva produzida pela Editora Grafset, 2011. – (O Brasil somos todos nós; v. 5).