Da África para o Brasil; dos povos africanos aos afro-descendentes
Autor: Jailson Mendes
Introdução
Falar da história da África é
remontar as nossas origens, é acima de tudo entender a grande importância que
esse enorme continente tem para o mundo, pois muito pouco sabemos sobre essa
fabulosa terra e os povos que nela habitam. Muito desse desconhecimento é
devido as nossas heranças culturais europeias que viam na cor branca um estado
evolutivo estando estes acima de todas as outras etnias incluindo-se a etnia
negra, assim vivemos centenas de anos com um preconceito muito cruel que
destruiu milhares de vidas, sonhos e culturas.
Assim quando nos é perguntado sobre
a cultura negra ou afro-brasileira muitas vezes não sabemos responder a altura
ou simplesmente nos recusamos por pura e simples ignorância. Tendo em vista do
pouco conhecimento que temos o foco desse trabalho será apenas para nos dar um
melhor entendimento dos povos da África, de suas histórias e culturas.
Os povos africanos
Indícios arqueológicos nos indicam
que os primeiros seres humanos se originaram na África (mais ou menos no sul do
continente) e se espalharam pelo restante do globo, começando pela Europa,
Ásia, Oceania e por fim as américas; é nesse continente que surgiu também uma
das mais antigas e fascinantes civilizações da antiguidade, se extruturando as
margens do rio Nilo a civilização egípcia ainda hoje é objeto de estudo por
muitos pesquisadores, impressionados com suas construções, escrita e história.
Além dos egípcios muitos outros
povos marcaram a história da África, como os cartagineses que viviam no norte
do continente, onde hoje se situa a Tunísia, descendentes dos antigos
navegadores Fenícios, os cartagineses entraram em conflito com os romanos,
ambos disputando o domínio do mar mediterrâneo, as batalhas entre Cartago e
Roma ficou conhecida como as guerras púnicas, o desfecho desses conflitos foi a
total destruição de Cartago em 146 a.C. Outro povo foi os garamantes situados onde
hoje se localiza a Líbia, esse povo resistiu ao avanço romano, mas sucumbi-o em
643 d.C, quando finalmente sua capital foi invadida pelo exército árabe.
O reino de Ilê-Ifé, localizado onde
hoje se encontra a Nigéria, teve o seu auge entre os séculos XII e XVI, seus
reis também eram sacerdotes e foram os difusores do culto aos orixás em outras
regiões vizinhas; outro reino foi o de Benim que teve seu apogeu provavelmente
no século XV, tanto portugueses e holandeses quando foram para o local
descreveram a respeito de uma grandiosa cidade, mas por disputas internas para
a escolha dos novos reis, acabou por dividi-se em vários pequenos reinos como
Daomé; outro império foi o do Mali que ficou conhecido pela famosa peregrinação
de seu imperador mansa Musa para Meca, séculos depois esse império fragmentou-se
e perdendo parte de seu território para o império Songai no ano de 1449; o
reino do Congo foi cristianizado pelos portugueses na época das grandes
navegações, mudando até mesmo o nome da capital a renomeando de cidade de São
Salvador, mas como os portugueses estavam mais interessados no comercio de
escravos começaram a fomentar intrigas internas fragmentando assim o reino
dando inicio a longos períodos de guerras, desta forma comprava os derrotados e
os vendiam como escravos no Brasil.
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A escravidão e o trafico de escravos
Quando falamos em escravidão nos
lembramos logo da escravidão negra, na travessia do Atlântico e de seu comercio
nas américas, não nos lembramos por exemplo do sistema escravista greco-romano
(esta escravidão não era pela cor ou por crenças religiosas, mas sim por
derrotas nas guerras e por dividas), assim como estudamos na antiguidade
clássica, na África antes da chegada dos europeus os africanos também tinham
suas rivalidades assim duas tribos ou dois reinos que se de gladiavam até um
deles sucumbir e os derrotados eram escravizados pelos vencedores, mas quando
os europeus, principalmente os portugueses, começaram a comercializar com os
africanos ouve uma nova forma de escravidão, os escravos literalmente tratados
como meras mercadorias foram vendidos aos milhares e enviados principalmente
para as américas, originando-se assim o comercio negreiro transatlântico, os
europeus instigavam diversas disputas entre tribos e aldeias e trocavam os
derrotados por armas de fogo, fumo e cachaça.
A
escravidão foi um importante fenômeno da história, estando presente em muitos
lugares, da antiguidade clássica a épocas muito recentes. A África esteve
intimamente ligada a esta história, tanto como fonte principal de escravos para
as antigas civilizações, o mundo islâmico, a Índia e as Américas, quanto como
uma das principais regiões onde a escravidão era comum. Na verdade, na África a
escravidão durou até o século XX – muito mais do que nas Américas. Tal
antiguidade e persistência requer explicação, tanto para compreender o
desenvolvimento histórico da escravidão na África, quanto para avaliar a
relativa importância do tráfico de escravos para esse desenvolvimento. De
maneira geral, a escravidão se expandiu em pelo menos três estágios – 1350 a
1600, 1600 a 1800 e 1800 a 1900 – durante os quais o escravismo se tornou
fundamental para a economia política africana. (LOVEJOY. Paul E. p. 29).
Os povos então trazidos para as
Américas tiveram tão simplesmente que se adaptar a uma terra desconhecida, sob
uma nova forma de vida, tentando assim preservar o máximo possível as suas
raízes africanas.
Cultura afro-brasileira
Com o passar dos séculos de
escravidão no Brasil os africanos e seus filhos que já nasceram aqui em atos de
resistência desenvolveram diversas formas de se preservar sua identidade
cultural, a exemplo do sincretismo religioso, pois na condição de escravos eles
tinham que renegar sua religiosidade materna, tidas para o homem branco como
religiões pagãs, para aceitarem o cristianismo, assim o culto aos orixás
trazidos por Bantos e Nagôs, passou a ser praticado a partir de um novo olhar
das imagens dos santos católicos, desta forma a imagem que representa São Jorge
para os católicos representa Ogum para a Umbanda e o Candomblé, assim cada
imagem passou a representar tanto um santo quanto um orixá.
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Outra forma de resistência foram as
fugas das senzalas para as matas surgindo assim as comunidades quilombolas
(tendo Palmares como o mais famoso quilombo, se destacando os seus dois últimos
lideres Ganga zumba e Zumbi, palmares foi destruído em 1696 por tropas
comandadas pelo bandeirante de apresamento Domingos Jorge Velho), nessas
comunidades os negros puderam desenvolver com total liberdade a sua cultura.
Hoje temos expressões culturais afro-brasileiras
em todas as partes do Brasil, como a Capoeira, o Samba de Coco, a Festa dos
Reis Negros, o Reisado, o Bumba meu Boi, além de uma culinária que todos amam
como a famosa feijoada, e seus cultos religiosos como a Umbanda, o Candomblé e
a Jurema. Assim deixando a cultura brasileira completa, uma vez em que somos o
resultado de três etnias: o índio, do qual pertencia todo o território antes de
1500, do branco europeu que invadiu e impôs sua cultura e do negro que como já
sabemos veio sob a condição de escravo desde 1550 até 1850, ganhando total
liberdade em 1888 com a Lei Áurea, mas que ainda hoje sofre com o preconceito e
discriminação de muitos, já se passaram 131 anos do fim da escravidão, mas
ainda é muito pouco comparado com os mais ou menos 300 anos de sofrimento.
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Referências
LOVEJOY,
Paul E. A escravidão na África: Uma História de suas transformações. 2ª ed. Rio
de Janeiro: Civilização Brasileira. 2002.
O
Brasil somos todos nós: livro 6, 7º ano / organização, obra coletiva produzida
pela Editora Grafset, 2011. – (O Brasil somos todos nós; v. 6).
O
Brasil somos todos nós: livro 7, 8º ano / organização, obra coletiva produzida
pela Editora Grafset, 2011. – (O Brasil somos todos nós; v. 7).
O
Brasil somos todos nós: livro 5, 6º ano / organização, obra coletiva produzida
pela Editora Grafset, 2011. – (O Brasil somos todos nós; v. 5).
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