O BRASÃO DE FLORES E SUA SIMBOLOGIA
Autor: Jailson Mendes
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Os Índios
Os
brasões de uma maneira geral representam a identidade de um povo, de um reino,
de uma família nobre etc., no caso do Município de Flores ele representa a sua
origem, percebemos isso claramente ao observarmos os desenhos que o compõem,
ele é formado por dois indígenas que se encaram, o Rio Pajeú que atravessa a
localidade e duas plantas, estas representando plantas voltadas para a
agricultura local, estes desenhos reunidos nos dão indícios de como foi sua
formação enquanto povoamento.
Os
índios no brasão representam os nativos que habitavam a região antes da chegada
dos desbravadores, estes eram divididos em varias tribos e nações diferentes,
cada qual com seu estilo de vida, a região que corresponde ao território do
Pajeú era ocupado por diversas tribos diferentes tendo destaque os Cariris, que
montaram aldeias em diversas áreas da região, porem tanto os Cariris quantos os
outros povos indígenas do Pajeú foram chamados de Tapuias pelos desbravadores,
denominação que vinha dos índios do litoral que usavam esse nome como forma de
designarem todos os índios do interior.
Documentos
de meados do século XVII registraram as tribos denominadas Chucurus, Carnijós
(ou Carijós), Paraquiós, porcás e Brancararus estes com várias nações no Pajeú,
Caripós, Tamaquiús, Ichus, Anchus (ou Ansus), Acroás, Anaupirás, Aracapás,
Arorobás, Aricobés, Avís e Pipipãs (situados entre os vales do rio Moxotó e
Pajeú), Bracararús, Cararús, Caraíbas, Carapotós, Cariris, Xocós, Mocoazes,
Mariquitos, Omaris, Pancarus, Paratiós, Prozés (ou Rodeleiros), Tuxas, Umoés,
Urubás (ou Arobás), Uruás e Vouês. (SILVA, Tárcio José de Oliveira. p. 96, 1999).
Da
citação acima pode-se notar a diversidade das nações indígenas que habitavam o
território do Pajeú antes e no período do desbravamento, assim os dois índios
do brasão nos mostram a diversidade das nações e sua contribuição para a
formação do Município de Flores através do contato direto com o desbravador,
tendo de início um choque de duas culturas diferentes, mas que com o convívio
pode-se até ter havido uma forte miscigenação entre o índio e o branco
constituindo assim a formação de Flores.
O Rio Pajeú
Outro símbolo que aparece no
brasão de Flores é o Rio Pajeú, este tem uma grande importância na formação do
município, foi por ele que os desbravadores guiando os rebanhos de gado
chegaram a localidade e se situaram em sua margem direita, com relação a origem
do nome do rio, os índios Cariris o chamavam de ‘’Payaú’’ ou ‘’Rio do Pajé’’(No
livro ‘’Cronologia Pernambucana’’ ‘’subsídios para a História do Agreste ao
Sertão’’ volume 9ª, escrito por Nelson Barbalho, na página 134 há um relato do
pe. Antônio Mendes de Azevedo, o qual diz que ‘’ Pajeú é vocábulo indígena,
significa rio do feiticeiro, do adivinho, etc. os selvagens davam a denominação
de Pajé a um sacerdote seu encarregado de fazer prognósticos do tempo, dos
fatos, e também de curar as enfermidades), pode-se perceber a relação que os
indígenas tinham com o rio visto que o Pajé é uma das funções mais importantes
na tribo, sendo este responsável pelos rituais religiosos e pela elaboração de
remédios (ervas medicinais extraídas da natureza).
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As águas límpidas do rio que antes apenas saciava a sede das tribos e dos animais silvestres, passaram também a saciar a sede dos desbravadores e de seus rebanhos que se instalaram em sua margem e começaram a montar as fazendas de gado dando início ao povoamento da região, em épocas de seca era comum cavarem cacimbas nas areias do rio em busca de se encontrar a tão preciosa água no período da estiagem, “se enfilavam diante das cacimbas para encher e carregar’’(MACIEL, Pe. Frederico Bezerra. p. 08, 1992).
O
Rio Pajeú tem aproximadamente 353 Km de extensão, nascendo na Serra do Balanço
(pertencente hoje ao Município de Brejinho), e segue passando por 27 municípios
tendo sua bacia hidrográfica totalmente inserida no sertão pernambucano, o
Pajeú tem diversos riachos em ambas as margens, em sua margem direita ele tem 13
afluentes principais sendo o Rio São Cristóvão o mais importante deles, já em
sua margem esquerda ele possui 6 riachos que se destacam sendo o Riacho do
Navio o principal desta margem, “a Bacia Hidrográfica do Rio Pajeú é a maior do
estado de Pernambuco, com uma área aproximada de 16.685,65 Km2,
correspondendo a 16,97% da área do estado’’.( VICENTE. Biu, 2008).
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As Plantas
O
último símbolo do brasão de Flores, mas não menos importante são as plantas que
o rodeiam, elas representam os produtos agrícolas que os moradores de Flores
plantavam tanto para o comércio, quanto para a sua subsistência, seus
habitantes assim como de outras regiões do Pajeú costumavam plantar o milho,
que além ser um alimento bastante apreciado pela população que através deste
produzia a farinha de milho, a canjica, o angu e outras variedades
alimentícias, o milho servia também como alimento para os animais como
galinhas, cavalos e os bois que consomem a palha seca, as roças de feijão (semente
ainda muito cultivada no Sertão do Pajeú) que eram exclusivamente para o
consumo e o comércio, e o algodão (Do tipo arbóreo, chamado ‘’mocó’’ (porque os
caroços semelhantes ao excremento dos roedores denominados mocós), de fibra
longa, forte e sedosa. Exigindo muita água para a germinação em seu primeiro
desenvolvimento e pouca no florescimento ou maturação dos frutos, suporta bem
as estiagens. (MACIEL, Pe. Frederico Bezerra. p. 165, 1992). muito plantado na
região sendo este gerador de uma boa renda, pois após o seu descaroçamento era
vendido para os tecelões para a confecção de tecidos.
Este
trabalho sobre o brasão de Flores é uma pequena parte do meu TCC (Trabalho de
Conclusão de Curso) apresentado no dia 17 de dezembro de 2018 na FASP (Faculdade
do Sertão do Pajeú) ao qual foi aprovado com distinção, este é apenas o tópico 2.2,
do meu TCC intitulado: Povoamento de Afogados da Ingazeira no contesto Regional
do Pajeú.
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Referencias:
BARBALHO,
Nelson. Cronologia Pernambucana: Subsídios para a História do Agreste e do
Sertão – de 1776 a 1800. Recife: Centro de Estudos de História Municipal/FIAM,
Vol. 9. 1983c.
MACIEL, Pe. Frederico bezerra. Carnaiba: A Pérola do Pajeú. Recife: Editora Raiz. 1992.
SILVA, Geralda Nogueira da; SANTOS, José Galdino dos; GOMES, Maria Aparecida Leite; SOARES, Mário Jorge Liberal. Tuparetama: O Livro do Município. Organizador: Tárcio José de Oliveira Silva. 1ª ed. Tuparetama: Casa da Cultura. 1999.
NETO,
Antônio Cavalcante Tavares; MARINHO, Carlos Diego; NETO, Mozart Siqueira de
Araújo; GUEDES, Pedro Vinicius Simas; LUCENA, Renata Valéria de; ALCÂNTARA,
Thiago Pereira de Oliveira. Sertão do Pajeú: Uma Breve História. Orientador:
Professor Doutor Severino Vicente da Silva. Recife, 2008. Disponível em: <
http:// http://www.biuvicente.com/blog/?p=441
>. Acessado em: 05/06/2018.
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