sexta-feira, 24 de abril de 2020

O Brasão de Flores



O BRASÃO DE FLORES E SUA SIMBOLOGIA

Autor: Jailson Mendes




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Os Índios


Os brasões de uma maneira geral representam a identidade de um povo, de um reino, de uma família nobre etc., no caso do Município de Flores ele representa a sua origem, percebemos isso claramente ao observarmos os desenhos que o compõem, ele é formado por dois indígenas que se encaram, o Rio Pajeú que atravessa a localidade e duas plantas, estas representando plantas voltadas para a agricultura local, estes desenhos reunidos nos dão indícios de como foi sua formação enquanto povoamento.
Os índios no brasão representam os nativos que habitavam a região antes da chegada dos desbravadores, estes eram divididos em varias tribos e nações diferentes, cada qual com seu estilo de vida, a região que corresponde ao território do Pajeú era ocupado por diversas tribos diferentes tendo destaque os Cariris, que montaram aldeias em diversas áreas da região, porem tanto os Cariris quantos os outros povos indígenas do Pajeú foram chamados de Tapuias pelos desbravadores, denominação que vinha dos índios do litoral que usavam esse nome como forma de designarem todos os índios do interior.
Documentos de meados do século XVII registraram as tribos denominadas Chucurus, Carnijós (ou Carijós), Paraquiós, porcás e Brancararus estes com várias nações no Pajeú, Caripós, Tamaquiús, Ichus, Anchus (ou Ansus), Acroás, Anaupirás, Aracapás, Arorobás, Aricobés, Avís e Pipipãs (situados entre os vales do rio Moxotó e Pajeú), Bracararús, Cararús, Caraíbas, Carapotós, Cariris, Xocós, Mocoazes, Mariquitos, Omaris, Pancarus, Paratiós, Prozés (ou Rodeleiros), Tuxas, Umoés, Urubás (ou Arobás), Uruás e Vouês. (SILVA, Tárcio José de Oliveira. p. 96, 1999).
Da citação acima pode-se notar a diversidade das nações indígenas que habitavam o território do Pajeú antes e no período do desbravamento, assim os dois índios do brasão nos mostram a diversidade das nações e sua contribuição para a formação do Município de Flores através do contato direto com o desbravador, tendo de início um choque de duas culturas diferentes, mas que com o convívio pode-se até ter havido uma forte miscigenação entre o índio e o branco constituindo assim a formação de Flores.

O Rio Pajeú

          Outro símbolo que aparece no brasão de Flores é o Rio Pajeú, este tem uma grande importância na formação do município, foi por ele que os desbravadores guiando os rebanhos de gado chegaram a localidade e se situaram em sua margem direita, com relação a origem do nome do rio, os índios Cariris o chamavam de ‘’Payaú’’ ou ‘’Rio do Pajé’’(No livro ‘’Cronologia Pernambucana’’ ‘’subsídios para a História do Agreste ao Sertão’’ volume 9ª, escrito por Nelson Barbalho, na página 134 há um relato do pe. Antônio Mendes de Azevedo, o qual diz que ‘’ Pajeú é vocábulo indígena, significa rio do feiticeiro, do adivinho, etc. os selvagens davam a denominação de Pajé a um sacerdote seu encarregado de fazer prognósticos do tempo, dos fatos, e também de curar as enfermidades), pode-se perceber a relação que os indígenas tinham com o rio visto que o Pajé é uma das funções mais importantes na tribo, sendo este responsável pelos rituais religiosos e pela elaboração de remédios (ervas medicinais extraídas da natureza).




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As águas límpidas do rio que antes apenas saciava a sede das tribos e dos animais silvestres, passaram também a saciar a sede dos desbravadores e de seus rebanhos que se instalaram em sua margem e começaram a montar as fazendas de gado dando início ao povoamento da região, em épocas de seca era comum cavarem cacimbas nas areias do rio em busca de se encontrar a tão preciosa água no período da estiagem, “se enfilavam diante das cacimbas para encher e carregar’’(MACIEL, Pe. Frederico Bezerra. p. 08, 1992).
O Rio Pajeú tem aproximadamente 353 Km de extensão, nascendo na Serra do Balanço (pertencente hoje ao Município de Brejinho), e segue passando por 27 municípios tendo sua bacia hidrográfica totalmente inserida no sertão pernambucano, o Pajeú tem diversos riachos em ambas as margens, em sua margem direita ele tem 13 afluentes principais sendo o Rio São Cristóvão o mais importante deles, já em sua margem esquerda ele possui 6 riachos que se destacam sendo o Riacho do Navio o principal desta margem, “a Bacia Hidrográfica do Rio Pajeú é a maior do estado de Pernambuco, com uma área aproximada de 16.685,65 Km2, correspondendo a 16,97% da área do estado’’.( VICENTE. Biu, 2008). 
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As Plantas

O último símbolo do brasão de Flores, mas não menos importante são as plantas que o rodeiam, elas representam os produtos agrícolas que os moradores de Flores plantavam tanto para o comércio, quanto para a sua subsistência, seus habitantes assim como de outras regiões do Pajeú costumavam plantar o milho, que além ser um alimento bastante apreciado pela população que através deste produzia a farinha de milho, a canjica, o angu e outras variedades alimentícias, o milho servia também como alimento para os animais como galinhas, cavalos e os bois que consomem a palha seca, as roças de feijão (semente ainda muito cultivada no Sertão do Pajeú) que eram exclusivamente para o consumo e o comércio, e o algodão (Do tipo arbóreo, chamado ‘’mocó’’ (porque os caroços semelhantes ao excremento dos roedores denominados mocós), de fibra longa, forte e sedosa. Exigindo muita água para a germinação em seu primeiro desenvolvimento e pouca no florescimento ou maturação dos frutos, suporta bem as estiagens. (MACIEL, Pe. Frederico Bezerra. p. 165, 1992). muito plantado na região sendo este gerador de uma boa renda, pois após o seu descaroçamento era vendido para os tecelões para a confecção de tecidos.

        Este trabalho sobre o brasão de Flores é uma pequena parte do meu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) apresentado no dia 17 de dezembro de 2018 na FASP (Faculdade do Sertão do Pajeú) ao qual foi aprovado com distinção, este é apenas o tópico 2.2, do meu TCC intitulado: Povoamento de Afogados da Ingazeira no contesto Regional do Pajeú.
    
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Referencias:

BARBALHO, Nelson. Cronologia Pernambucana: Subsídios para a História do Agreste e do Sertão – de 1776 a 1800. Recife: Centro de Estudos de História Municipal/FIAM, Vol. 9. 1983c.

MACIEL, Pe. Frederico bezerra. Carnaiba: A Pérola do Pajeú. Recife: Editora Raiz. 1992.

SILVA, Geralda Nogueira da; SANTOS, José Galdino dos; GOMES, Maria Aparecida Leite; SOARES, Mário Jorge Liberal. Tuparetama: O Livro do Município. Organizador: Tárcio José de Oliveira Silva. 1ª ed. Tuparetama: Casa da Cultura. 1999.

NETO, Antônio Cavalcante Tavares; MARINHO, Carlos Diego; NETO, Mozart Siqueira de Araújo; GUEDES, Pedro Vinicius Simas; LUCENA, Renata Valéria de; ALCÂNTARA, Thiago Pereira de Oliveira. Sertão do Pajeú: Uma Breve História. Orientador: Professor Doutor Severino Vicente da Silva. Recife, 2008. Disponível em: < http:// http://www.biuvicente.com/blog/?p=441 >. Acessado em: 05/06/2018.

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