sexta-feira, 16 de outubro de 2020

A Mulher da Pré-História: Um Novo Olhar

 

 Imagem de David Mark por Pixabay 

                              Autor: Jailson Mendes

Em 2018 quando eu ainda era estudante do ensino superior em História pela FASP (Faculdade do Sertão do Pajeú) e prestava a cadeira de estágio dando aulas nas escolas públicas sempre supervisionado pelo professor titular da turma, um aluno me questionou a respeito do assunto que eu estava lecionando, eu estava em uma turma de 6ª ano explicando as ações do homem durante a Pré-História  nos períodos Paleolítico e neolítico, mas por tanto repetir a palavra “Homem” um dos estudantes levantou o seguinte questionamento: “mas nesse período só tinha homem? Não existia mulher não?”, então como resposta lhe disse: “quando me refiro ao homem também se inclui a mulher pois a palavra homem nesse contexto tem o sentido de humanidade” em parte estava certo uma vez que muitas vezes damos a palavra “homem” o sentido de “homens e mulheres”.

Após refletir melhor sobre o questionamento do estudante pude notar que muitas vezes não deixamos claro que homens e mulheres trabalharam em conjunto para sobreviverem nesse período tão arriscado pra vida humana que foi a Pré-História, desde o surgimento dos Australopitecos no sul da África (3,5 milhões de Anos), passando pela linha evolucionaria com o Homo habilis (2 milhões de anos), Homo erectus (1,8 milhões de anos), Homo neanderthalensis (500 mil anos) e o Homo sapiens sapiens (100 mil anos), que homens e mulheres lutam pela sobrevivência criando juntos as ideias e ferramentas que facilitassem suas vidas.

Talvez por inocência é nos incutido que o homem fabricava ferramentas de pedra, osso e madeira, foi quem manipulou e dominou o fogo e quem saia para a caça provento de carne a tribo, enquanto que as mulheres eram incumbidas de coletar raízes e frutos comestíveis, cuidar das criança e produzir peças a partir da pele dos animais. Não digo que essas teorias antigas estejam erradas, digo apenas que elas devam esta equivocadas, veja bem, na comunidade primitiva todos trabalhavam para todos (ideias e conceito machistas ainda não existiam), assim os dois sexos podiam fazer as mesmas tarefas, tanto na caça quanto na coleta.

Homens e mulheres em bom estado físico caçavam juntos preparando armadilhas e fazendo emboscadas para separar os grandes animais do rebanho, o isolando do resto e o tangando para armadilhas como buracos com grandes estacas afiadas onde a presa se feria ou era abatida. Para a coleta de raízes e frutos geralmente eram mulheres gravidas ou com crianças de colo, meninos, meninas e idosos, nenhum desses poderia ir para as caçadas, por ser um trabalho árduo onde se exigia muita força física e longas horas de tocaia sem fazer barulho.

Uma das grandes invenções que se atribuem a mulher foi a invenção da agricultura, ao perceber que a semente que caia no chão brotava numa nova planta, a mulher faz uma das revoluções mais importantes da história a revolução agrícola, atribui-se criação da agricultura a ela por passar mais tempo nas coletas (e é até lógico, uma vez que a mulher em sua faze adulta passava mais tempo gravida ou cuidando de sua prole), e assim gerar um novo estilo de vida para toda a tribo que até o momento era nômade, dando início ao período Neolítico (aproximadamente 10 mil a.C) com sua vastidão de criações, uma vez que, com o advento da agricultura todos tinham mais tempo já que podiam se situarem em algum lugar especifico dando adeus a antiga vida que andarilho.

No período Neolítico, surgiram o artesanato (trabalhos com argila na fabricação de muitos objetos de cerâmica, o polimento das armas rusticas de pedra, cestos e armas), uma divisão definida de trabalhos, a formação de aldeias e pequenas cidades, o manuseio dos metais e a criação da escrita.

    

Sugestão de Leitura:

ADOVASIO, J.M.; SOFFER, Olga; PAGE, Jake. O Sexo Invisível, O Verdadeiro Papel da Mulher na Pré-História. Tradução Hermano de Freitas. Rio de Janeiro: Record, 2009.

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