Imagem de David
Mark por Pixabay
Autor: Jailson Mendes
Em
2018 quando eu ainda era estudante do ensino superior em História pela FASP
(Faculdade do Sertão do Pajeú) e prestava a cadeira de estágio dando aulas nas
escolas públicas sempre supervisionado pelo professor titular da turma, um
aluno me questionou a respeito do assunto que eu estava lecionando, eu estava
em uma turma de 6ª ano explicando as ações do homem durante a Pré-História nos períodos Paleolítico e neolítico, mas por
tanto repetir a palavra “Homem” um dos estudantes levantou o seguinte questionamento:
“mas nesse período só tinha homem? Não existia mulher não?”, então como
resposta lhe disse: “quando me refiro ao homem também se inclui a mulher pois a
palavra homem nesse contexto tem o sentido de humanidade” em parte estava certo
uma vez que muitas vezes damos a palavra “homem” o sentido de “homens e
mulheres”.
Após
refletir melhor sobre o questionamento do estudante pude notar que muitas vezes
não deixamos claro que homens e mulheres trabalharam em conjunto para
sobreviverem nesse período tão arriscado pra vida humana que foi a
Pré-História, desde o surgimento dos Australopitecos no sul da África (3,5
milhões de Anos), passando pela linha evolucionaria com o Homo habilis (2
milhões de anos), Homo erectus (1,8 milhões de anos), Homo neanderthalensis
(500 mil anos) e o Homo sapiens sapiens (100 mil anos), que homens e mulheres
lutam pela sobrevivência criando juntos as ideias e ferramentas que
facilitassem suas vidas.
Talvez
por inocência é nos incutido que o homem fabricava ferramentas de pedra, osso e
madeira, foi quem manipulou e dominou o fogo e quem saia para a caça provento
de carne a tribo, enquanto que as mulheres eram incumbidas de coletar raízes e
frutos comestíveis, cuidar das criança e produzir peças a partir da pele dos
animais. Não digo que essas teorias antigas estejam erradas, digo apenas que
elas devam esta equivocadas, veja bem, na comunidade primitiva todos
trabalhavam para todos (ideias e conceito machistas ainda não existiam), assim
os dois sexos podiam fazer as mesmas tarefas, tanto na caça quanto na coleta.
Homens
e mulheres em bom estado físico caçavam juntos preparando armadilhas e fazendo
emboscadas para separar os grandes animais do rebanho, o isolando do resto e o
tangando para armadilhas como buracos com grandes estacas afiadas onde a presa
se feria ou era abatida. Para a coleta de raízes e frutos geralmente eram
mulheres gravidas ou com crianças de colo, meninos, meninas e idosos, nenhum desses
poderia ir para as caçadas, por ser um trabalho árduo onde se exigia muita
força física e longas horas de tocaia sem fazer barulho.
Uma das
grandes invenções que se atribuem a mulher foi a invenção da agricultura, ao
perceber que a semente que caia no chão brotava numa nova planta, a mulher faz
uma das revoluções mais importantes da história a revolução agrícola,
atribui-se criação da agricultura a ela por passar mais tempo nas coletas (e é
até lógico, uma vez que a mulher em sua faze adulta passava mais tempo gravida
ou cuidando de sua prole), e assim gerar um novo estilo de vida para toda a
tribo que até o momento era nômade, dando início ao período Neolítico
(aproximadamente 10 mil a.C) com sua vastidão de criações, uma vez que, com o
advento da agricultura todos tinham mais tempo já que podiam se situarem em
algum lugar especifico dando adeus a antiga vida que andarilho.
No
período Neolítico, surgiram o artesanato (trabalhos com argila na fabricação de
muitos objetos de cerâmica, o polimento das armas rusticas de pedra, cestos e
armas), uma divisão definida de trabalhos, a formação de aldeias e pequenas
cidades, o manuseio dos metais e a criação da escrita.
Sugestão de Leitura:
ADOVASIO, J.M.; SOFFER,
Olga; PAGE, Jake. O Sexo Invisível, O Verdadeiro Papel da Mulher na Pré-História.
Tradução Hermano de Freitas. Rio de Janeiro: Record, 2009.
Nenhum comentário:
Postar um comentário